Sherry Rehman, ministra para as Mudanças Climáticas do Paquistão, disse nesta segunda-feira (29/08), que as fortes chuvas estão fazendo com que “um terço do país esteja debaixo d’água”.
“É uma crise de proporções inimagináveis. É tudo um grande oceano, não há terra seca para poder bombear a água”, afirmou Rehman, ao lembrar que os danos — em maior ou menor grau — já são sentidos por 33 milhões de paquistaneses.
O governo paquistanês informou que os trabalhos de resgate das pessoas afetadas e buscas aos desaparecidos continuam sem cessar, mas que há áreas que estão absolutamente isoladas e isso atrasa as operações. Já o número de vítimas subiu para 1.061 nesta segunda-feira, 28 a mais do que no domingo (28/08).
O primeiro-ministro do país, Shehbaz Sharif, afirmou que as monções registradas “não têm precedentes nos últimos 30 anos”.
Durante uma das visitas que está fazendo as áreas afetadas, Sharif repetiu as falas da ministra para as Mudanças Climáticas e afirmou que “há um oceano em tudo que é lugar”.
Abdul Majeed Goraya/IRIN/Flickr
Trabalhos de resgate das pessoas afetadas e buscas aos desaparecidos continuam sem cessar, mas há áreas isoladas, que atrasam as operações
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que a quantidade de pessoas que precisam de atendimento médico está aumentando e que, além dos hospitais que atualmente gere nas regiões do Balochistão e de Sindh, as mais afetadas, estão sendo criadas “clínicas móveis para atender aos deslocados internos”.
“Até hoje, nossas equipes forneceram apoio ambulatorial a mais de 300 pacientes com diarreia, infecções de vias respiratórias, desnutrição, doenças de pele e também mulheres grávidas. Cerca de 20 pacientes precisaram ser transferidos para o hospital do quartel general distrital de Dera Murad Jamali para tratamento”, explicou o chefe da missão do MSF no país, Xu Weibing.
A organização também afirmou que enfrenta “problemas logísticos” para ajudar pessoas por conta “das estradas alagadas que deixaram algumas cidades completamente isoladas”.
As monções, de maneira geral, ocorrem entre junho e setembro no país e sempre causam danos. Mas, a situação em 2022 é muito mais grave e em uma área muito mais ampla. Para as autoridades, as fortes chuvas e inundações são um efeito visível das mudanças climáticas no planeta.
(*) Com Ansa.