O ex-vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, morreu nesta sexta-feira (18/12), em Caracas, aos 91 anos.
A informação foi divulgada pela família através das redes sociais. “Hoje, devido a uma parada cardíaca, faleceu um lutador incansável”, diz o comunicado.
Rangel foi vice-presidente da Venezuela na chapa do ex-mandatário Hugo Chávez. Ficou no cargo entre 2002 e 2007.
Antes disso, o político havia sido ministro das Relações Exteriores, entre 1999 e 2001, e ministro da Defesa, entre 2001 e 2002, no primeiro mandato de Chávez.
Pelo Twitter, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou seus sentimentos e classificou Rangel como “um revolucionário como poucos”.
“A vida no nosso irmão José Vicente Rangel é um exemplo de luta permanente pelas ideias de justiça e igualdade. Sei que viveu com plenitude cada etapa e nos ensinou muito nesse longo e complexo caminho de transformação”, disse Maduro.
La vida de nuestro hermano José Vicente Rangel es un ejemplo de lucha permanente por los ideales de justicia e igualdad. Sé que vivió a plenitud cada etapa, y nos enseñó mucho en este largo y complejo camino de transformación. Hoy cambió de paisaje un amigo y un maestro. QEPD pic.twitter.com/SzozCHWEZc
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) December 18, 2020
Flickr
Rangel foi vice do ex-mandatário Hugo Chávez e ficou no cargo entre 2002 e 2007
Nascido em 1929, na capital Caracas, Rangel começou sua militância política aos 16 anos, na União Republicana Democrática (URD), agrupação de centro e de caráter nacionalista.
Em 1948, após o golpe de Estado que instala o governo da junta militar na Venezuela, intensifica sua atividade política contra a ditadura e é forçado a partir para o exílio no Chile.
Durante esse período, se dedica ao estudo do Direito na Universidade do Chile e, em seguida, na Universidade de Salamanca, na Espanha.
Em 1958, após a queda da ditadura de Pérez Jiménez, volta à Venezuela e é eleito deputado pela primeira vez, função que desempenharia por cinco mandatos consecutivos, pertencendo à coalizão de esquerda entre os partidos Movimento ao Socialismo (MAS), Partido Comunista da Venezuela (PCV) e Movimento Eleitoral do Povo (MEP).
Foi três vezes candidato à presidência, em 1973, 1978 e 1983, sendo derrotado em todas as ocasiões.
Em 1999, após a vitória eleitoral de Hugo Chávez é convidado a assumir o Ministério das Relações Exteriores.
Em 2002, durante a tentativa fracassada de golpe de Estado para derrubar o governo chavista, Rangel teve papel destacado em organizar a resistência popular e militar, enquanto ministro da Defesa.
Após o golpe frustrado, assumiu a vice-presidência, cargo que só deixou em 2007. Depois disso, Rangel nunca mais voltou a ocupar uma função pública.
