Mitsubishi vai transferir parte da produção para o Brasil
Mitsubishi vai transferir parte da produção para o Brasil
A Mitsubishi vai ampliar seu parque industrial no Brasil, transferindo parte da produção para a fabricante MMC Automotores do Brasil, para reduzir o impacto do fortalecimento do iene em seus custos de produção.
A transferência deve começar em abril, início do ano fiscal. O objetivo da Mitsubishi é instalar no Brasil sua base de exportação para toda a América Latina, devido às tarifas favoráveis para trocas comerciais dentro do Mercosul e ao acordo automotivo entre Brasil e México, que reduziu o imposto para 8%.
A notícia, veiculada pelo jornal Nikkei, foi confirmada pela assessoria de imprensa da montadora japonesa no Brasil – que, no entanto, disse que só poderá divulgar os pormenores da operação daqui a 60 dias, pois ainda está em processo de negociação.
A companhia planeja ainda aumentar sua produção no Brasil de maneira progressiva, até chegar aos 50 mil veículos anuais, empregando chassis, motores e outras autopeças fabricadas no Japão.
O analista de mercado Vitor Meizikas, da empresa Molicar, pensa positivamente a respeito da decisão da Mitsubishi e acha que esta pode se tornar uma tendência. “A própria Hyundai está vindo”.
Assim como grande parte das montadoras, a Mitsubishi sofreu queda nas vendas nos últimos meses e prevê prejuízo de 500 milhões de euros (cerca de R$ 1,5 bilhão) no período abril de 2008 a março de 2009.
Montadoras asiáticas cortam produção
A Nissan, terceira maior montadora japonesa, anunciou redução de 60% em sua produção em janeiro passado, frente ao mesmo mês de 2008, e previu que os cortes podem chegar a 70% em fevereiro.
A sul-coreana Hyundai anunciou que fechará, a partir de hoje e durante nove dias, sua fábrica de Ulsan, a sudeste de Seul, onde produz o modelo Tucson, segundo a agência Yonhap.
GM perdeu US$ 31 bilhões em 2008
A General Motors, maior fabricante de automóveis dos Estados Unidos, informou hoje que perdeu US$ 30,9 bilhões em 2008, após prejuízo de US$ 9,6 bilhões no último trimestre do ano. Em 2007, a perda havia sido de US$ 43,3 bilhões.
A empresa informou que, no conjunto do ano, a GM na América do Norte perdeu US$ 14,1 bilhões (US$ 10,8 bilhões a mais que em 2007), dos quais US$ 3,5 bilhões corresponderam ao último trimestre. Na Europa, a montadora perdeu US$ 2,8 bilhões em 2008 (US$ 2,3 bilhões a mais que em 2007), dos quais US$ 1,9 bilhão nos três últimos meses do ano.
Na América Latina, África e Oriente Médio, perdeu US$ 181 milhões no quarto trimestre, mas terminou 2008 com US$ 1,3 bilhão positivo, igual a 2007. Finalmente, na Ásia-Pacífico, houve prejuízo de US$ 917 milhões no último trimestre de 2008, totalizando US$ 800 milhões no ano.
Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo
Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo.
Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.
O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.
Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.
Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.
Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.
Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa.
A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente. Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó
O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó.
"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.
Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.
Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela.
"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros.
A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.
O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.