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Política e Economia

Países do Oriente Médio se dividem sobre crise política no Egito

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Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos ficam ao lado do Exército; Turquia, Irã e Qatar defendem os islâmicos

Marina Castro

2013-08-16T19:24:00.000Z

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Agência Efe
Em meio à crise que se instaurou no Egito desde a deposição do presidente Mohamed Mursi, em 3 de julho, e ao clima de violência que se acentuou nos últimos dias com a morte de mais de 600 pessoas, os países do Oriente Médio têm opiniões diversas quanto a quem apoiar no conflito egípcio. Enquanto Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos tomam o lado do Exército, Turquia, Irã e Qatar defendem a Irmandade Muçulmana, ligada a Mursi.

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No mês passado, dias após a saída de Mursi do poder, os Emirados Árabes Unidos deram um claro sinal de apoio às novas autoridades egípcias, oferecendo U$S 3 bilhões em apoio à economia do país.

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Nesta quarta-feira (14/08), o governo emiratense se pronunciou através de um comunicado liberado pela agência de notícias estatal WAM, dizendo que “reafirma sua compreensão das medidas soberanas tomadas pelo governo egípcio depois de ter exercido ao máximo o autocontrole”. Segundo a declaração, o fato “lamentável” é o de que “grupos políticos extremistas têm insistido na retórica de violência, incitamento e perturbação dos interesses públicos”.

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Já o rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, declarou apoio aos egípcios “contra o terrorismo” e considerou o que acontece atualmente uma "tentativa fracassada de golpear a união do Egito", sem, no entanto, fornecer maiores detalhes. Por meio de comunicado, o monarca afirmou que “o Egito é capaz de superar a crise” e manifestou “tristeza” pela violência em sua “segunda pátria”.

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Ele também se opôs a qualquer intervenção estrangeira no país por “atiçar o fogo da discórdia” e destacou que  "os que intervêm [nesses assuntos] devem voltar à razão". Segundo ele, a estabilidade do Egito e do mundo muçulmano e árabe se contrapõe "aos que incitam o ódio".

Na direção diametralmente oposta está o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que cobrou maior intervenção dos países do Ocidente no Egito e, ontem, pediu a realização de uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU para tratar do massacre no país. 

"Aqueles que permanecem em silêncio frente a este massacre são tão culpados como aqueles que realizaram. O Conselho de Segurança tem que se reunir rapidamente", reivindicou em entrevista coletiva. O Conselho se reuniu às pressas na cidade de Nova York ontem e pediu o fim da violência no Egito, manifestando “preocupação” com a situação e o grande número de mortos.

Erdogan também acusou o Ocidente de “hipocrisia” por não defender a democracia igualmente em todos os lugares. “Na verdade, se os países ocidentais não começarem realmente a agir sobre esse assunto... Eu acredito que a democracia começará a ser questionada em todo o mundo”, disse, segundo o jornal turco Hurriyet Daily News.

Agência Efe

Seguidores de Mursi usam máscaras de gás para resistir às bombas lançadas pelo Exército egípcio hoje no Cairo

Segundo outro periódico turco, o Today’s Zaman, o primeiro-ministro comparou a situação dos egípcios à dos palestinos. “Estou dizendo aos países ocidentais: vocês ficaram quietos sobre a Palestina, sobre Gaza e estão fazendo o mesmo com o Egito. Depois disso, como vão continuar falando de democracia e direitos humanos? Como vão continuar falando de valor humanístico com pessoas sendo mortas na sua frente?”, teria questionado.

O presidente do Irã, Hassan Rohani, também apoiou os manifestantes e pediu ao Exército egípcio que não suprima as massas. “O grande povo do Egito é um povo à procura de liberdade. Não o suprimam. O caminho das pessoas é o caminho da democracia e do islã. Todo o mundo deveria respeitar a vontade dos egípcios”, declarou.

O Irã, que historicamente teve poucas relações com Cairo, tinha um bom relacionamento com o governo de Mursi e considerava a Irmandade Muçulmana uma parte do “despertar islâmico” na região.

Por sua vez, o Qatar, grande apoiador da Irmandade Muçulmana, também condenou a violência e instou os egípcios a retomarem o diálogo para lidar com a crise. “O Qatar acredita que o meio mais seguro e garantido para resolver a crise é o caminho pacífico por meio do diálogo entre as partes que têm que viver juntas em um sistema político e social pluralista”, afirmou uma autoridade por meio de comunicado divulgado pela agência QNA.

Na Jordânia, centenas de pessoas se manifestaram hoje (16) após a oração muçulmana do meio-dia no centro da capital Amã para protestar contra o assassinato de seguidores de Mursi. O protesto foi liderado pelo secretário-geral do braço jordaniano da Irmandade Muçulmana do Egito, a FAI (Frente de Ação Islâmica), Hamza Mansur, e outros dirigentes opositores.

O governo jordaniano, entretanto, declarou hoje apoio às autoridades egípcias em sua busca pela restauração da estabilidade e esforços para reforçar a supremacia da lei. O ministro Nasser Judeh, em declarações à agência estatal Petra News, também destacou o apoio da Jordânia à vontade do povo egípcio de renunciar ao terrorismo e a todas as tentativas de interferência externa no país.

Em represália ao massacre de ontem, a Irmandade Muçulmana convocou uma “sexta-feira de raiva” no Egito. Segundo a Al Jazeera, nos confrontos de hoje entre os manifestantes islâmicos e o Exército, a quem o governo permitiu usar armas letais, já morreram pelo menos 90 pessoas.

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Política e Economia

Organizações da Sociedade Civil tiveram direitos violados no governo Bolsonaro, diz associação

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Pesquisa feita com 135 organizações sociais de todas as regiões do país foi apresentada no Fórum Político de Alto Nível da ONU

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-07-05T21:50:00.000Z

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A Associação Brasileira de ONGs afirmou, por meio de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/07) no Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram submetidas a violações sistemáticas de direitos pelo Estado brasileiro no período entre 2019 e 2021.

O estudo, intitulado Criminalização Burocrática, foi feito a partir do levantamento do perfil de 135 organizações sociais de todas as regiões do Brasil, combinando abordagens qualitativa e quantitativa, incluindo ainda grupos focais e entrevistas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Para conferir o relatório completo, clique aqui. 

“Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o que se observa é um aumento de desconfiança sobre o campo da sociedade civil organizada. Há uma escalada nas tentativas de criminalização das OSCs, com projetos de lei e outras medidas legais destinadas ao controle e restrição do espaço de atuação dessas organizações”, apontam os pesquisadores da pesquisa. 

Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo que “visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos e, de forma geral, inviabilizar o trabalho das entidades”. 

Flickr
Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo

“As informações também apontam que as OSCs têm sofrido, com o governo federal como agente, crimes de calúnia, difamação ou injúria, todos previstos no Código Penal”, diz a associação.

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