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Política e Economia

Trabalhadores questionam aumento do salário mínimo em Portugal

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Após três anos de congelamento, aumento de 485 para 505 euros frustra portugueses

Renata Hirota | Agência Efe

2014-10-05T12:22:00.000Z

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Portugal acaba de aumentar seu salário mínimo de 485 para 505 euros brutos por mês [cerca de 1.500 reais] após três anos de congelamento, uma elevação que, para muitos, é insuficiente e reabre o debate sobre se esse valor é suficiente para a sobrevivência.
 
"Se meu chefe nos pagasse um salário mínimo, nós morreríamos de fome. Você acha que é possível viver com 500 euros?", questionou Natividade Simões, garçonete em um café de Lisboa, expressando o sentimento de parte dos portugueses.
 
A questão não é superficial em um país no qual 12% das pessoas que trabalham recebem esse valor, o que equivale a aproximadamente 650 mil pessoas, segundo estatísticas do governo português.
 
O aumento de 20 euros no salário mínimo foi estipulado pelo Executivo, pelas confederações patronais e pelo segundo maior sindicato português (UGT), mas contou com a rejeição da principal central sindical, que reivindicava um aumento maior.
 
Os 505 euros mensais resultam, de fato, em 450 líquidos, uma vez descontados os 11% que todos as pessoas que trabalham pagam em contribuição à Seguridade Social.
 
Em comparação com o resto da UE (União Europeia), Portugal não está bem situado - apenas os países do leste europeu se encontram abaixo desses números.
 
Se a soma total dos pagamentos for dividida em 12 meses, já que o governo português paga os vencimentos em 14 parcelas, o salário mínimo de Lisboa ficaria em 585 euros brutos por mês, longe dos 685 euros da Grécia, dos 753 da Espanha e dos 1.461 da Irlanda, para citar alguns exemplos.
 
O aumento de 20 euros, que entrou em vigor esta semana, é considerado uma "miséria" por Natividade Simões, opinião compartilhada por boa parte de seus compatriotas.
 
José Pinto, taxista, também acredita que o aumento é insuficiente. "Deveria ser pelo menos 550 euros", opinou.
 
Fabrizio Sciami

Ladeira acima no Bairro Alto, em Lisboa: salário mínimo em Portugal é mais baixo do que na Grécia e na Espanha
"Estes salários são uma vergonha se comparados com o que outras pessoas recebem enquanto não fazem nada pelo país", comentou o taxista em uma referência às elites portuguesas.
 
A ideia de uma remuneração mínima para garantir condições dignas de vida remonta a 1894, na Nova Zelândia, e hoje é aplicada por dezenas de países em todo o mundo.
 
O aumento do salário mínimo em Portugal foi decidido por governo, empresários e o segundo maior sindicato do país com a intenção de estimular o consumo e avançar rumo à recuperação econômica.
 
No entanto, essa elevação vem sendo alvo de polêmicas. A imprensa portuguesa lembrou recentemente que, com mais 20 euros por mês, pouco se pode fazer em um país onde a cesta básica tem um custo similar à da vizinha Espanha, onde os salários são em média entre 20% e 25% maiores, e a gasolina é uma das mais caras da Europa.
 
No entanto, em Portugal, em linhas gerais são mais baratos o lazer - especialmente comer fora de casa - e o preço das moradias em comparação com outros países de seu entorno.
 
Por sua vez, alguns empresários lembram que o custo por trabalhador é muito superior ao salário pago, devido à contribuição à Seguridade Social (a taxa é de 23,75% por empregado).
 
"Eu acho que o aumento do salário mínimo está bom, mas para os patrões não são apenas os 505 euros", comentou João Pereira, proprietário de um pequeno bar na capital portuguesa.
 
Para compensar o aumento do salário mínimo, o governo português concedeu um desconto na contribuição para a Seguridade Social paga pelas empresas.
 
O acordo alcançado para melhorar o salário mínimo inclui um compromisso de que o mesmo não será atualizado até o fim de 2015 e, segundo o ministro de Solidariedade, Emprego e Seguridade Social, Pedro Mota Soares, a partir de então deverá estar diretamente vinculado "à produtividade do país".
 
Além disso, economistas portugueses lembram que este último aumento sequer compensa a inflação acumulada, desde que o salário foi congelado em 2011, e garantem que o atual poder de compra do mínimo é inferior ao que desfrutavam aqueles que o recebiam em 1974, o ano do fim da ditadura em Portugal.

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Política e Economia

Após receber carta de Bolsonaro, EUA pedem que Brasil adote “medidas imediatas” contra desmatamento

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Principal representante da Casa Branca saudou as promessas de luta contra o desmatamento ilegal no Brasil; cacique Raoni disse que são mentirosas

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-04-16T22:40:00.000Z

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O governo dos Estados Unidos respondeu nesta sexta-feira (16/04) à carta enviada na véspera pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O principal representante da Casa Branca sobre questões ambientais saudou as promessas de luta contra o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, mas pediu que iniciativas com resultados concretos sejam implementadas imediatamente.

"O fato de o presidente Bolsonaro ter confirmado o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal é importante", disse o enviado especial de Joe Biden para a diplomacia climática, John Kerry. “Esperamos medidas imediatas e um diálogo com as populações indígenas e a sociedade civil para fazer com que esse anúncio se traduza em resultados concretos”, insistiu o representante de Washington em uma postagem nas redes sociais.

Na quinta-feira (15/04), a Presidência brasileira divulgou uma carta de sete páginas, antes da cúpula dos Chefes de Estado sobre a mudança climática que acontecerá em 22 de abril, na qual Bolsonaro diz estar disposto a trabalhar para cumprir as metas ambientais do país no Acordo de Paris e, para isso, pede recursos da comunidade internacional. "Queremos reafirmar nesse ato (...) o nosso inequívoco compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", dizia a texto.

O cacique Raoni, internacionalmente conhecido pela sua luta em defesa da preservação da Amazônia, chegou a reagir publicamente à carta de Brasília pediu ao presidente dos Estados Unidos para ignorar a promessa de Bolsonaro.

"Ele tem dito muitas mentiras", disse o líder indígena no vídeo divulgado pelo Instituto Raoni nesta sexta-feira. "Se este presidente ruim falar alguma coisa para o senhor, ignore-o (...). Ele [Bolsonaro] está querendo liberar o desmatamento nas nossas florestas, incentivando invasões nas nossas terras", acrescentou.

U.S. Department of State
Governo dos Estados Unidos respondeu nesta sexta-feira à carta enviada na véspera pelo presidente brasileiro

Biden cogitou sanções econômicas antes de ser eleito

A política ambiental do governo Bolsonaro é frequentemente criticada pelos ecologistas, mas também por vários líderes internacionais. O Brasil já foi alvo de medidas de retaliação no exterior, na tentativa de chamar a atenção para a situação na Amazônia.

Do lado dos líderes mundiais, o presidente francês Emmanuel Macron já criticou abertamente a posição de Brasília sobre a preservação do meio ambiente desde que Bolsonaro chegou ao poder. Em setembro passado, antes de ser eleito, Biden também cogitou a imposição de sanções econômicas contra o Brasil se não houvesse uma desaceleração do desmatamento.  

Muito mais próximo dos ex-presidente norte-americano Donald Trump que do atual governo democrata dos Estados Unidos, Bolsonaro informou que pretende participar da cúpula virtual sobre o clima organizada por Biden na semana que vem. Cerca de 40 liderem mundiais devem marcar presença no evento.

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