A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) defendeu, nesta quarta-feira (12/10), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, diante dos ataques que o jornalista vem sofrendo pela apuração contra hegemônica e antissionista na guerra declarada por Israel contra o povo palestino.
Por meio da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos (CDLIDH), a ABI declarou seu apoio a Altman, que foi “vítima de tentativa de censura por parte da plataforma YouTube, e lamentavelmente, até mesmo por outro jornalista, por suas posições em defesa do povo palestino”.
A declaração da associação remete ao posicionamento do jornalista Samuel Pancher, do site Metrópoles, que defendeu na quinta-feira que Altman fosse censurado nas redes sociais. Pelo X (antigo Twitter), Pancher disse que o Brasil, um “país que tira contas do ar por decisão de ofício em inquéritos sob sigilo”, deveria impedir que as posições do fundador de Opera Mundi sejam compartilhas sem qualquer restrição.
Porém, na postagem destacada pelo jornalista, Altman discordou das políticas e métodos do Hamas, apontando que a organização é “parte decisiva da resistência palestina contra o Estado colonial de Israel”.
Além disso, a ABI faz menção à desmonetização que o YouTube aplicou aos vídeos do canal de Opera Mundi em meio à cobertura de denúncia que os programas do jornalista estão realizando sobre a situação na Palestina.
“A CDLIDH da ABI reitera seu apoio a todos os profissionais de comunicação que foram ou vierem a ser submetidos a assédio econômico, censura pelas plataformas digitais e perseguições ideológicas nas redes sociais em consequência de suas análises em torno desse conflito”, adicionou o órgão.
A Associação Brasileira de Imprensa ainda declarou repúdio a qualquer espécie de censura e restrição ao direito de opinião.
Wikicommons
Opera Mundi e Breno Altman vêm sofrendo ataques e boicotes por posições contra hegemônicas e antissionistas
Como advertência, o ´órgão alertou para atenção na cobertura da guerra travada desde o último sábado (07/10), de forma que a “liberdade de expressão não se torne mais uma vítimas desse terrível conflito”.
“Mais do que nunca, é imperioso que cada profissional se empenhe ao máximo para checar as informações que divulga, de modo a evitar notícias falsas, as chamadas fake news, que propagam desinformação travestida de notícia, conteúdo alarmante que aterroriza ainda mais o público em geral, além de ajudar a construir falsos heróis e destruir reputações. É inaceitável que jornalistas sejam feitos de joguetes nessa guerra de informações e contrainformações”, instou a ABI.
Leia a nota da ABI na íntegra:
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que tem como seus pilares a defesa do Estado Democrático de Direito e o amplo e pleno direito à Liberdade de Expressão e de Opinião, diante do atual conflito entre Israel e o povo palestino, por meio de sua Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos (CDLIDH), vem:
1- Manifestar solidariedade às famílias de todos os jornalistas assassinados no cumprimento de sua tarefa profissional, independentemente de nacionalidade, bem como a seus colegas de redação;
2 – Alertar todos os colegas de profissão para a necessidade de não se permitir que a Liberdade de Expressão seja mais uma vítima desse terrível conflito. Mais do que nunca, é imperioso que cada profissional se empenhe ao máximo para checar as informações que divulga, de modo a evitar notícias falsas, as chamadas fake news, que propagam desinformação travestida de notícia, conteúdo alarmante que aterroriza ainda mais o público em geral, além de ajudar a construir falsos heróis e destruir reputações. É inaceitável que jornalistas sejam feitos de joguetes nessa guerra de informações e contrainformações.
3 – Repudiar de forma veemente qualquer espécie de censura e restrição ao amplo direito de opinião de todos os cidadãos, notadamente dos profissionais de comunicação, independentemente de posicionamento ideológico e/ou religioso.
4 – Declarar seu apoio ao experiente profissional Breno Altman, editor do site Opera Mundi, vítima de tentativa de censura por parte da plataforma Youtube, e lamentavelmente, até mesmo por outro jornalista, por suas posições em defesa do povo palestino. A CDLIDH da ABI reitera seu apoio a todos os profissionais de comunicação que foram ou vierem a ser submetidos a assédio econômico, censura pelas plataformas digitais e perseguições ideológicas nas redes sociais em consequência de suas análises em torno desse conflito
A liberdade de expressão e de imprensa no Brasil, como já definiu o Supremo Tribunal Federal, deve ser ampla e irrestrita. Essa liberdade só não admite ataques ao Estado Democrático de Direito no qual há procedimentos legais que poderão ser manejados por aqueles que se sentirem atingidos pela opinião alheia. Jamais por meio da censura.
Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2023
Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos (CDLIDH)
Associação Brasileira de Imprensa (ABI)