Cidadãos dos 28 países que compõem a União Europeia elegerão, em 25 de maio, os novos deputados do Parlamento Europeu. Apesar da importância da votação, que coloca em jogo 751 assentos, seis em cada dez europeus “não estão interessados” e somente um terço deu certeza de que participará do pleito, como revelou a pesquisa do instituto britânico Ipsos-MORI anunciada nesta quinta-feira (08/05).
Reprodução/Conselho Europeu
Eleitores também se dizem pouco informados sobre votação que será realizada no próximo dia 25
Apesar dos esforços das campanhas para mobilizar o eleitorado e explicar a relevância da votação, que vai escolher a liderança europeia dos próximos cinco anos, a pesquisa realizada no mês de abril com quase nove mil pessoas em 12 países mostrou que 62% dos entrevistados “não estão interessados” ou “estão pouco interessados”. Só 35% deram a certeza que votarão, resultado inferior à quantidade de pessoas que compareceram às urnas em 2009, quando 43% dos eleitores votaram.
Além disso, com dois meses de campanha, 60% dos entrevistados dizem desconhecer os candidatos.
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As sondagens mostram que os grupos de extrema-direita terão um bom resultado e deverão vencer na França e na Holanda. Com o resultado, poderão vir a se tornar a força política mais poderosa do próximo Parlamento.
A pesquisa também mediu a aprovação dos líderes europeus. A mais popular, de acordo com o levantamento, é a primeira-ministra alemã Angela Merkel, cujo trabalho é considerado “muito positivo” ou “bastante positivo” por 51% dos consultados. O britânico David Cameron surge em segundo lugar (35%). Por outro lado, o socialista francês François Hollande tem a pior aprovação, com 32%, e rejeição de iguais 32%.
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A sondagem, feita pela Ipsos-MORI no mês de abril, ouviu 8.833 pessoas na Bélgica, Reino Unido, Croácia, França, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Holanda, Polônia, Espanha e Suécia.
Ideal de integração
De acordo com pesquisa realizada pelo jornal britânico The Guardian e outros quatro jornais europeus com 3.218 pessoas, divulgada hoje, os eleitores não desistiram do ideal da integração europeia, mas estão descontentes com o caminho que está sendo tomado pela Europa. Os entrevistados afirmaram que o parlamento europeu é muito “tecnocrático” e “dependente de lobistas” e que a União Europeia tem “déficit de democracia”.
De acordo com o jornal, as críticas ao funcionamento do grupo vieram tanto da direita como da esquerda. Outros pontos criticados foram o caráter predominantemente econômico da integração e o favorecimento das elites, as políticas de austeridade e controle da inflação. Entre os melhores aspectos da união foram citados a paz duradoura, a liberdade de organização, liberdade de empregos, compreensão cultural, além do livre-comércio.