Milhares de manifestantes se reuniram neste sábado (02/09) em Niamey, capital do Níger, para exigir a retirada imediata das tropas francesas no país africano, assim como a saída do embaixador da França.
Com gritos de “abaixo o imperialismo”, “Macron: o Níger não é sua propriedade” e “soldados franceses, o Níger é um país soberano, vão embora!” a multidão rejeitou a presença dos soldados e diplomatas do país europeu que se recusam a deixar a nação africana.
O ato ocorreu após organizações nigerinas também irem contra a presença militar da França. Com isso, as milhares de pessoas que participaram da marcha neste sábado manifestaram próximo da base que acomoda os soldados franceses entoando palavras de ordem contra o país de Emmanuel Macron.
A manifestação também foi um claro apoio à junta militar que tomou o poder quando depôs o então presidente Mohamed Bazoum.
Paris mantém cerca de 1.500 soldados no Níger, o último país do Sahel onde tem presença militar juntamente com o Chade, depois de ter sido forçado a deixar o Mali e o Burkina Faso como resultado de golpes de Estado que levaram à duas juntas militares apoiadas pelo povo a tomar o poder.
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Paris mantém ainda cerca de 1.500 soldados no Níger
O grupo militar que está no comando do Níger havia dado 48 horas para que Sylvain Itté, embaixador francês no país, deixasse o território nigerino, após o diplomata negar uma reunião com a chancelaria e também como um tipo de resposta às ações tomadas pelo governo francês que disse serem “contrárias aos interesses do Níger”.
Não saindo do país no prazo estabelecido, a junta disse na quinta-feira (31/08) que o embaixador francês não tinha mais imunidade diplomática e instruiu a polícia a expulsá-lo. Os vistos do embaixador e da sua família foram cancelados, afirmou os militares em comunicado confirmado como autêntico pelo chefe de comunicações do grupo.
Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores da França afirmou que os militares não tinham autoridade para isso. Macron chegou a declarar que o embaixador permaneceria no país apesar da pressão da junta e reiterou o apoio da França ao presidente deposto Bazoum.
(*) Com Telesur e Sputnik Brasil.