Os disparos que podiam ser escutados desde o início da manhã desta quarta-feira (06/04) nos arredores da residência oficial do governante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, cessaram de tarde, enquanto os cidadãos de Abidjan aproveitam para se abastecer de provisões, como água, comida e remédios.
Os tiros foram escutados na área onde fica a residência de Gbagbo, no bairro de Cocody, segundo confirmaram à agência de notícias Efe moradores da região.
A última ofensiva contra o bunker no qual se encontra Gbagbo com vários de seus aliados foi realizada pelas FRCI (Forças Republicanas da Costa do Marfim), que apoiam Alassane Ouattara, considerado presidente eleito pela comunidade internacional após a eleição de novembro de 2010.
A porta-voz de Ouattara, Affoussy Bamba, assegurou que as FRCI tinham começado o tiroteio à residência de Gbagbo para capturá-lo e julgá-lo, após constatar que as negociações com o governante para conseguir sua rendição não davam resultado.
Apesar da tensa situação em Abidjan e das advertências de vários porta-vozes de Ouattara, muitos habitantes da capital econômica do país decidiram desafiar a insegurança da cidade para buscar alimentos, água e remédios.
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Em alguns distritos, como o de Riviera 3, alguns comerciantes foram até seus estabelecimentos para vender produtos de primeira necessidade, cujos preços triplicaram, enquanto era possível observar longas filas de pessoas frente às poucas farmácias de Abidjan que estavam abertas.
No entanto, a situação dos residentes de Abidjan é cada vez mais insustentável, especialmente pela falta de informação que há sobre os combates entre os bandos de Ouattara e Gbagbo.
Há uma semana, nenhum jornal local saiu às ruas, já que os jornalistas afirmam não sentir-se suficientemente seguros para comparecer a seus postos de trabalho, por isso que a única informação da qual se dispõe vem das emissoras e jornais estrangeiros.
A Costa do Marfim é palco desde sexta-feira passada (01/04) de intensos combates entre os seguidores de Ouattara, apoiado pela comunidade internacional, e os de Gbagbo, que no domingo foram atacados pela Organização das Nações Unidas e da operação francesa Licorne, que começou na terça-feira com a rendição das forças do governante.
Os duros conflitos de Abidjan começaram depois que Gbagbo, apesar da forte pressão internacional, tenha negado durante quatro meses a entregar o poder a Ouattara, seu rival político e que segundo a Comissão Eleitoral Independente da Costa do Marfim venceu as eleições presidenciais de novembro do ano passado.
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