O intelectual argentino Adolfo Pérez Esquivel indicou nesta terça-feira (03/03) o ex-presidente da Bolívia Evo Morales ao Prêmio Nobel da Paz de 2020 pelo trabalho em “implementar programas contra a pobreza e a desigualdade” durante sua gestão.
“Para mim é uma honra apresentar ao Comitê a candidatura ao Prêmio Nobel da Paz para Evo Morales Ayma, dirigente sindical, líder social, primeiro presidente indígena da América Latina, que conseguiu implementar programas sucedidos de lutas contra a pobreza, contra a desigualdade, contra as mudanças climáticas e, por fim, a favor da paz”, disse o ganhador do prêmio Nobel da Paz de 1980.
Em carta endereçada ao Comitê, que fica na Noruega, Esquivel afirma que desde 2006, ano do primeiro mandato de Morales, o ex-mandatário boliviano “encabeçou um processo plurinacional e revolucionário”.
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“Evo é um símbolo de resistência contra a nova Operação Condor que hoje realiza golpes militares, mediáticos e judiciais para banir os partidos políticos e candidatos que alcançam altas intenções de voto, pois implementam políticas soberanas a favor do povo”, disse.
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Ex-presidente da Bolívia foi indicado pela contra a pobreza e a desigualdade no país
O argentino ainda denunciou o golpe de Estado na Bolívia que culminou na renúncia de Morales, em novembro de 2019. Segundo Esquivel, a democracia na América Latina está em risco e “não podemos ficar em silêncio”. “Não podemos permitir a ditadura civil-militar boliviana com seu ódio racial e muito menos a ação golpista da Organização dos Estados Americanos (OEA), nas mãos de Luis Almagro”, afirmou.
No documento, Esquivel reconhece as conquistas da Bolívia no governo de Morales e recorda que hoje o país tem as menores taxas de desemprego da região e com o crescimento do PIB em 5% ao ano. O argentino também afirma que a pobreza foi reduzida de 38% para 15% nos 14 anos de Morales à frente do país.
“Essas mudanças estruturais afetam os interesses das elites que não querem que as coisas mudem. Nos 14 anos, essas elites tentaram derrubar o governo legítimo e legal de Evo Morales em várias oportunidades”, disse Esquivel.
Para Esquivel, o prêmio a Morales será um “justo reconhecimento e um incentivo à luta pela inclusão, erradicação da pobreza e pelo desenvolvimento sustentável”.