A Aeronáutica confirmou, na manhã desta terça-feira (2), que foram identificadas manchas de óleo e destroços (uma poltrona, pequenos pedaços brancos e uma boia laranja) a cerca de 700 quilômetros da ilha de Fernando de Noronha, no arquipélago de São Paulo e São Pedro – área ainda sob responsabilidade do Brasil. No entanto, a confirmação só poderá ser feita amanhã (3), com a chegada de navios ao local.
“Não podemos confirmar que é a aeronave da Air France. É necessário que sejam retiradas das águas essas peças”, afirmou o coronel Jorge Amaral, subchefe de comunicação da FAB (Força Aérea Brasileira).
O navio patrulha Grajaú deve chegar até o local onde os destroços foram avistado às 11h de amanhã. Um dia depois, na quinta-feira (4), às 9h, a fragata Constituição chegará à área de busca. Logo depois, às 12h, está prevista a chegada da corveta Caboclo.
Em caso de encontro de sobreviventes qualquer uma dessas três embarcações possuem condições de lançar botes grandes para realizar o resgate. Elas também dispõem de dispositivos suficientes para resgate de peças, mesmo que sejam de grandes dimensões, segundo a Marinha.
As buscas foram retomadas durante a madrugada pelas equipes da FAB. Quatro aeronaves decolaram de Natal, no Rio Grande do Norte, e outra partiu de Fernando de Noronha com o objetivo de realizar uma varredura eletrônica nas freqüências de transmissão do localizador de emergência (ELT).
O local onde os vestígios foram encontrados coincide com o relato de um piloto da TAM feito ontem, que disse ter avistado sinais amarelos (que poderiam ser fogo) nessas imediações.
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Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou hoje, na Cidade da Guatemalda, que conversou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre as buscas na região do Oceano Atlântico em que sumiu o Airbus da Air France e que o ministro manifestou esperança de que ainda se possa encontrar a caixa-preta do avião. “Um país que acha petróleo a 6 mil metros de profundidade pode achar um avião a 2 mil”, disse o presidente.
Lula declarou que o governo brasileiro fará “o possível e o impossível” para localizar os destroços do Airbus. “O melhor que poderia acontecer é que se consiga chegar lá para que se possa entregar as pessoas às famílias”, disse o presidente.
Ele comentou que, embora não haja nenhum sinal concreto, já se sabe “mais ou menos” onde os destroços podem estar, mas vai-se levar muito tempo ainda, já que se mapeou uma área de 9 mil quilômetros quadrados.
DNA
Familiares de passageiros do voo 447 da Air France serão submetidos à coleta de material para possível exame de DNA. O anúncio foi feito por Guillaume Denoix de Saint-Marc, porta-voz da associação de vítimas, segundo o jornal francês “Libéracion”.
De acordo com Saint-Marc, a medida foi estabelecida pelas autoridades para, caso sejam encontradas vítimas, a identificação será mais rápida.
O porta-voz também informou que os parentes dos passageiros se reuniram nesta terça-feira em Roissy (França) e ainda têm esperança de encontrar sobreviventes.
Histórico
O avião Airbus 330-200 da Air France seguia do Rio de Janeiro para Paris e desapareceu dos radares franceses quando sobrevoava o Oceano Atlântico. A aeronave partiu do Rio às 19h de domingo e deveria chegar a Paris ontem às 11h15 (6h15, horário de Brasília).
Controladores de voo do Aeroporto Internacional de Paris Charles De Gaulle perderam contato com o avião por volta das 6h00 GMT (3h00, hora de Brasília).
O avião levava 61 franceses, 58 brasileiros, 26 alemães, nove italianos, nove chineses e seis suíços, além de passageiros de outros 27 países, segundo informou a Air France.
Leia a íntegra da nota:
RELATÓRIO DAS BUSCAS DO VOO 447 DA AIR FRANCE
O Comando da Aeronáutica informa que as aeronaves que se encontram na missão de busca do voo AF 447 localizaram vestígios e pequenos destroços de aeronave no oceano, entretanto ainda não é possível afirmar que pertençam à aeronave desaparecida.
Na madrugada desta terça-feira (02/06), a aeronave R-99 6751 que decolou de Fernando de Noronha-PE às 22h35 (horário de Brasília), para realização de varreduras com utilização do radar de abertura sintética, identificou por volta de 01h00 (horário de Brasília) alguns “retornos” no radar que indicavam materiais metálicos e não metálicos flutuando no oceano. As posições desses “retornos” foram marcadas por coordenadas geográficas e motivaram o replanejamento da busca, concentrando-se, agora, a aproximadamente 650 quilômetros a nordeste de Fernando de Noronha-PE.
Aeronaves C-130 avistaram, por volta de 06h49 (horário de Brasília), materiais em dois pontos distantes cerca de 60 quilômetros. Dentre eles, uma poltrona de avião, pequenos pedaços brancos, uma boia laranja, um tambor, além de vestígios de óleo e querosene.
Por fim, o Comando da Aeronáutica informa que mantém 10 aeronaves disponíveis nas ações de busca e resgate da aeronave.
Reportagem atualizada às 16h40
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