O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, informou nesta terça-feira (24/08) que o grupo islâmico os afegãos não vai mais permitir que cidadãos afegãos se dirijam ao aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão, na tentativa de deixar o país.
Segundo o porta-voz, funcionários governamentais deveriam ficar em casa até que as condições de segurança melhorem no país, declarando que a “estrada em direção ao aeroporto foi fechada e os afegãos não podem mais passar ali, só os estrangeiros”.
“Nós estamos impedindo os cidadãos afegãos de ir para lá porque há o risco de perderem a vida por causa da multidão, e os norte-americanos estão atirando quando há confusão e as pessoas morrem. Atiram nas pessoas e nós queremos que os afegãos fiquem seguros quanto a isso”, disse Mujahid em uma coletiva de imprensa em Cabul.
As tropas lideradas pelos Estados Unidos estão intensificando as operações para retirar milhares de afegãos do aeroporto de Cabul antes da data limite chegar, que é em 31 de agosto, após o Talibã advertir que não permitiria que os norte-americanos prorrogassem o prazo.
Mujahid declarou que “não acredita” que ela será ampliada. “O 31 de agosto é um plano dos Estados Unidos, que eles previram. Eles tiveram todas as oportunidades e todos os recursos para levar todas as pessoas que pertencem a eles. Nós não prorrogaremos o prazo”, acrescentou.
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Topas lideradas pelos EUA estão intensificando as operações para retirar milhares de afegãos do aeroporto de Cabul
Por sua vez, o grupo insurgente tenta assegurar aos milhares de afegãos que se aglomeram no aeroporto, na esperança de embarcar em voos, de que não têm nada a temer, e que devem retornar a suas casas. “Garantimos sua segurança”, afirmou o porta-voz talibã.
Mujahid também enfatizou que os Estados Unidos parem de “pedir que os afegãos deixem o país”. De acordo com ele, a operação de retirada norte-americana está levando profissionais qualificados para fora do Afeganistão.
O porta-voz declarou que “especialistas afegãos” estão sendo levados pelos EUA, pedindo que “ponham um fim a estas operações”.
“Queremos tranquilizar os tradutores afegãos, vamos protegê-los, e pedimos que não deixem o Afeganistão […] o que está acontecendo no aeroporto de Cabul é doloroso, os EUA não devem pedir aos afegãos que deixem o país”, disse Mujahid apelando aos tradutores afegãos que trabalharam para as embaixadas ou forças militares estrangeiras na capital.
(*) Com Sputnik e Ansa.