O professor, jornalista e referência em estudos do jornalismo Nilson Lage morreu na noite desta segunda-feira (23/08) aos 84 anos. Ele tratava um câncer no pulmão há quase dois anos e estava internado no Hospital Baía Sul, em Florianópolis (SC).
Formado em Letras Português-Russo, em 1977, ele se tornou mestre em Comunicação no ano seguinte, e doutor em Linguística em 1986. Foi professor adjunto na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor titular na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) até 2006, quando se aposentou, tendo exercido 50 anos de atividade profissional. De acordo com a UFSC, ele continuou trabalhando como voluntário em cursos de pós-graduação.
Considerado um ícone da pesquisa do jornalismo brasileiro, Lage tem uma extensa produção bibliográfica no currículo, com obras como A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística, A linguagem jornalística, Teoria e técnica do texto jornalístico e A estrutura da notícia.
Em maio deste ano, em entrevista para o portal Comunicolog, ele defendeu que quem está no Brasil “só tem uma obrigação: lutar”. “Tentar dentro dessas empresas pervertidas promover o melhor produto possível. Deixar sempre presente a margem de dúvida necessária. Em suma: um trabalho de formiguinha, um trabalho pequeno, que a gente não conta que dê certo, mas a gente vai tentando”.
Nilson Lage/Facebook
Nilson Lage é considerado um ícone da pesquisa do jornalismo brasileiro
O jornalista e escritor Mário Magalhães declarou no Twitter que Nilson Lage é “um dos mais importantes professores de jornalismo que o Brasil conheceu”. Magalhães disse ainda que teve “a imensa sorte de ter sido seu aluno na Escola de Comunicação da UFRJ. Além de lições inesquecíveis sobre a nossa profissão, Nilson deixa o exemplo de jornalista e homem digno”.
Em nota, o Programa de Pós-Graduação da UFSC descreveu-o ainda como “com humor fino, inteligência, erudição e uma voz única, Nilson Lage vai permanecer como uma das grandes referências da área”.
O corpo do jornalista será cremado às 15h desta terça, no Crematório Catarinense em Palhoça. Não vai haver velório, conforme sua vontade.