A África do Sul celebrou neste domingo (08/12) o Dia Nacional da Oração e da Reflexão para honrar o falecido ex-presidente Nelson Mandela com atos religiosos em todo o país, liderados pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma, que ressaltou que a morte de Mandela é uma “perda sem precedentes”.
Com milhões de sul-africanos, Zuma participou de um ato religioso na Igreja Metodista de Bryanston, em Johanesburgo, para lembrar a vida e a obra de Mandela, falecido na quinta-feira (05/12) aos 95 anos.
O chefe do Estado sul-africano assinalou que as orações ajudarão muito o país a se recuperar do golpe sofrido pela morte de Madiba, como é conhecido popularmente o ex-presidente na África do Sul. “Ele (Mandela) predicou e praticou a reconciliação” após o desmantelamento do regime racista do “apartheid”, que combateu durante grande parte de sua vida, disse Zuma, citado pela agência de notícias sul-africana Sapa.
Agência Efe
Milhares de pessoas se juntaram para rezar por Mandela, morto na semana passada
“Mandela se distinguiu pelas coisas boas, só pelas coisas boas”, ressaltou.
Entre os presentes ao serviço religioso se encontrava a ex-esposa de Madiba Winnie Madikizela-Mandela, vestida de preto.
Igrejas, sinagogas, mesquitas e templos de outras religiões se encheram hoje para lembrar Mandela, cuja luta contra o “apartheid” enviou ao mundo uma mensagem de reconciliação e paz que ultrapassa qualquer raça e religião.
Palestina
Também em outras partes do mundo ocorreram homenagens ao falecido líder sul-africano, como na Palestina, onde as igrejas realizaram hoje um serviço religioso especial.
“Enquanto estamos de luto, deveríamos cantar também alto com nossas vozes, dançar e fazer o que quisermos para celebrar a vida deste revolucionário excepcional que manteve o espírito da liberdade vivo e nos conduziu a uma nova sociedade”, pediu no sábado (07/12) Zuma aos cidadãos em comunicado.
NULL
NULL
“Como sul-africanos -acrescentou-, cantamos quando somos felizes e também cantamos quando estamos tristes para nos sentir melhor. Cantemos por Madiba”.
Em Johanesburgo, no bairro residencial de Linden, a Igreja Anglicana de Santo Tomás acendeu uma vela em sua memória e fiéis de distintas raças assistiram juntos à cerimônia. “Mandela foi um homem extraordinário, que fez muito por nós durante uma vida cheia de conquistas e sacrifícios. Hoje honramos por tudo o que nos deu”, disse à Agência Efe Chris Taylor, membro da paróquia.
No antigo gueto indiano de Lenasia, em Johanesburgo, a comunidade asiática sul-africana também foi a seus templos com Mandela em suas orações.
Perto de onde fora o gueto negro de Soweto, dezenas de igrejas se encheram para lembrar seu morador mais ilustre, já que o ex-presidente viveu no bairro durante mais de 15 anos.
Agência Efe
Menino segura homenagem ao ex-presidente; enterro deve acontecer no dia 15 de dezembro
Funeral
Este dia de oração marcou o começo de uma agitada semana de atos que terminará com o funeral de Estado no dia 15 na cidade de Qunu (sudeste), onde passou sua infância.
Espera-se que vários líderes mundiais assistam às cerimônias fúnebres, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
O papa Francisco nomeou hoje o cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, presidente do Pontifício Conselho da Justiça e a Paz, seu enviado especial nos funerais de Estado, segundo informou um comunicado da Santa Sé.
Enquanto isso, centenas de jornalistas de todo o mundo fizeram hoje fila no centro de conferências de Soweto a fim de se credenciar para o funeral, entre eles o hispâno-britânico John Carlin, autor de vários livros sobre o antigo estadista.