O informe da agência de classificação de risco Fitch, publicado nesta quarta-feira (26/07), revisou a perspectiva de crescimento da economia brasileira para o ano de 2023 e triplicou a previsão de crescimento do país para o ano de 2023, que era 0,7 no início do primeiro semestre, e passou a ser de 2,3% agora.
O documento destacou o que foi considerado pelos economistas da agência como um “desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado” do Brasil, graças às políticas econômicas implementadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, destacando também o trabalho do seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A nova previsão de crescimento fez com que a Fitch elevasse a nota de classificação de crédito do Brasil, de BB- para BB, com perspectiva estável.
Essa é a melhor nota do país desde 2018, quando a agência rebaixou o patamar do Brasil para BB-, durante o governo de Michel Temer (2016-2018), o qual foi mantido entre 2019 e 2022, período em que Jair Bolsonaro esteve na Presidência (2019-2022) e Paulo Guedes comando o Ministério da Economia com plenos poderes.
“A atualização do Brasil reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado em meio a sucessivos choques nos últimos anos, graças a políticas proativas e reformas que apoiaram essa recuperação. A expectativa da Fitch é de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais”, afirma o informe.
No entanto, o texto critica o Governo Lula por “defender um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores”, mas diz esperar que essas mudanças tenham “um tom moderado, sem abandonar o pragmatismo e as normas institucionais”.
Valter Campanato / Agência Brasil
Ministro Fernando Haddad valorizou revisão do crescimento do Brasil por parte das agência internacional Fitch
A agência também reconhece que Lula tem tido sucesso em avançar com sua agenda econômica, mas alerta para a necessidade de aprovar as reformas que tramitam atualmente no Congresso.
Reação de Haddad
Nesta mesma quarta-feira, o Ministério da Fazenda reagiu ao informe da Fitch. O ministro Fernando Haddad afirmou que “muitas pessoas concorreram para que obtivéssemos essa mudança do rating da Fitch, a primeira das grandes agências de risco que efetivamente muda a nota do Brasil”.
Horas depois, o Ministério emitiu um comunicado no qual ressalta que “o compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços”.
“Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, acrescentou a nota.
Atualização do FMI
Vale destacar que o informe da Fitch foi publicado um dia depois de uma medida similar do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em documento apresentado nesta terça-feira (25/07), o Fundo atualizou a previsão sobre o crescimento econômico do Brasil, de 0,9% indicado em abril para 2,1% agora.
O FMI também afirmou que o Brasil, junto com o México, devem ser os países que impulsionarão a recuperação econômica da América Latina nos próximos anos.