O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quarta-feira (09/11) que seu país “não retrocederá” em seu programa nuclear, em resposta ao relatório divulgado nesta terça-feira (08/11) pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que afirma que o Irã trabalhou nos últimos anos para desenvolver armas nucleares.
Segundo o site da rede de televisão oficial iraniana IRIB, em um discurso proferido na província de Chahar Mahaal e Bakhtiari, no sudoeste do Irã, Ahmadinejad acusou a AIEA de “perder seu prestígio” ao aceitar as pressões dos Estados Unidos e outros países ocidentais na redação do relatório sobre seu programa nuclear.
O líder iraniano qualificou como “absurdas” as acusações contidas no relatório, que atribuiu aos EUA, e pediu à AIEA que “abandone esse caminho”. O presidente voltou a negar que o Irã esteja tentando construir armas nucleares e destacou, em referência aos EUA: “Nós somos inteligentes e não vamos construir duas bombas para enfrentar as 20 mil que os senhores têm”.
Ahmadinejad apontou que o país continuará com seu programa nuclear, que as autoridades de Teerã insistem que tem exclusivamente fins pacíficos civis, e acrescentou que seu governo pretende construir um Irã “mais próspero e mais avançado para entregá-lo à próxima geração”.
França defende sanções
Nesta quarta-feira, o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, defendeu uma nova rodada de sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Irã por causa do relatório. “Estamos determinados a reagir. O Conselho de Diretores da AIEA deve condenar explicitamente a conduta do Irã, e também se impõe a convocação do Conselho de Segurança”, declarou Juppé à Rádio França Internacional.
“O relatório da AIEA mostra que o Irã continua com suas atividades e continua se negando a dialogar de forma transparente com a AIEA sobre todas as tecnologias que permitam fabricar uma arma atômica”, destacou. “Essa situação é inaceitável”.
O representante do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltaniyeh, ecoou o pronunciamento de Ahmadinejad e disse que o país “jamais abandonará seu direito legítimo em termos nucleares”. Ele acrescentou, porém, que o governo pretende “continuar respeitando suas obrigações” e colaborando com a agência da ONU.
Soltanyeh disse que o relatório divulgado na terça-feira “não têm nada de novo”. “Voltamos às velhas alegações”, afirmou. “O Irã já provou que as alegações dos EUA não têm fundamento e que nos últimos oito anos não emergiu qualquer prova do uso militar de material nuclear”.
NULL
NULL
NULL