Um dos maiores eventos do gênero no mundo, a Parada Gay de São Paulo promete reunir mais de três milhões de pessoas neste domingo (26/06), quando realiza sua 15ª edição da festa. E além da capital paulista, outras cidades ao redor do mundo, como São Francisco e Nova York, preparam para este final de semana eventos de orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
Efe (18/06/2011)
Em Viena, capital da Áustria, a parada do orgulho gay é realizada desde 1996 e atrai milhares de pessoas
Tradicionalmente, junho é quando a maioria das paradas é realizada e a Parada Gay de Nova York é a campeã em duração: a cidade festeja hoje e amanhã sua 42ª, um recorde mundial.
E os nova-iorquinos têm um motivo a mais para comemorar. Isso porque o Senado do estado votou nesta sexta-feira (24/06) a favor da união entre pessoas do mesmo sexo, seguindo decisão da Câmara dos Deputados. Com isso, NY se junta aos estados de Massachusetts, New Hampshire, Vermont, Connecticut e Iowa, além de Washington DC na legislação pró-casamento gay.
A mais antiga do mundo, a parada gay de NY foi criada em 1969, após uma batida policial no bar Stonewall, frequentado por gays e lésbicas, resultar na prisão e espancamento de várias pessoas. A violência levou dois mil manifestantes às ruas da cidade no dia 28 de junho. Eventos comemorativos organizações por ONGs e pela Prefeitura acontecem desde ontem em diversos pontos da cidade. A parada parte amanhã da Rua 36 com a Quinta Avenida, e termina entre as ruas Christopher e Greenwich.
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Já São Francisco organiza sua parada gay a duras penas. De acordo com o jornal San Francisco Chronicle, a crise econômica e a falta de patrocínio quase comprometeram a realização da festa, mas a tradição pode ser mantida. São Francisco é reconhecida pela tolerância aos homossexuais e protagonizou diversos eventos em favor dos direitos dos gays.
Efe (18/06/2011)
Em Portugal, a parada gay acontece todos os anos em junho e percorre as principais ruas de Lisboa
Na Europa, é Barcelona quem organiza neste domingo sua parada gay. Com as recentes manifestações populares por mudanças na classe política na Espanha – país severamente abalado pela crise econômica – a festa desse ano promete trazer mensagens de apoio aos “indignados”. “La Marcha del Orgullo de Barcelona” começa na Plaza Universitat, famoso ponto turístico da capital da Catalunha.
Berlim também realiza neste sábado sua parada. A 33ª edição do Christopher Street Day (CSD) partiu no fim da manhã de Kurfürstendamm, um dos pólos comerciais da cidade, em direção ao Portão de Brandeburgo, onde vai acabar a manifestação à noite com uma grande festa. Os organizadores esperam reunir 500 mil pessoas.
No final de semana passado, outros países europeus realizaram suas paradas gays. Em Paris, na França, dez mil pessoas foram ao evento. Já em Lisboa, centenas pessoas marcharam pelas principais ruas da capital portuguesa. Hungria, Croácia e Áustria também organizaram suas festas de orgulho LGBT.
No entanto, essa não é a realidade verificada em outros em países como a Rússia, que tentou organizar este ano uma parada gay, sem sucesso. Em maio, a polícia russa prendeu 40 pessoas que desafiaram as autoridades e participaram da parada gay de Moscou. Na Rússia, por exemplo, a homossexualidade era tratada como crime até 1993 e, depois disso, como doença mental até 1999.
Efe (18/06/2011)
Em Zagreb, capital da Croácia, a parada gay aconteceu sem distúrbios e os manifestantes puderam marchar livremente
Outro país que também sofre com protestos é a Sérvia, que teve a parada gay cancelada em 2009 por falta de proteção contra grupos extremistas. O país teve uma única parada em 2001, que recebeu pouca proteção policial e foi interrompida por grupos de direita.
Em Israel, duas realidades convivem a poucos quilômetros de distância. Em Tel Aviv, capital reconhecida do país, 20 mil pessoas participaram da parada gay em junho do ano passado. O desfile é patrocinado desde 1988 pela prefeitura da cidade, um popular destino turístico gay. Em Jerusalém, por outro lado, as manifestações são marcadas por polêmicas. Durante os desfiles de 2005, um judeu ultra ortodoxo esfaqueou três participantes da marcha e foi condenado a 12 anos de prisão.
São Paulo
Com os hotéis lotados, a parada gay de São Paulo tem como tema este ano “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia! – 10 anos da Lei 10.948/01, rumo ao PLC 122/06”. Comemorando os 10 anos da lei que criminaliza a homofobia no estado de São Paulo, o movimento pretende questionar os religiosos fundamentalistas que lutam contra os direitos dos homossexuais no país.
A concentração será em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), a partir do meio-dia. O tradicional percurso contém aproximadamente 3,5 quilômetros, seguindo pela Rua da Consolação, onde os trios elétricos dispersam na Praça Roosevelt.
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