O caos econômico criado pelo pacote de medidas lançado pelo presidente Javier Milei não é o único problema que vem aflingindo a Argentina nos últimos dias. O país também vem enfrentando os primeiros casos autóctones de dengue, segundo informes recentes difundidos pelas autoridades sanitárias.
Um comunicado do Ministério da Saúde argentino afirma que a curva epidemiológica ascendente registrada nas últimas quatro semanas, “decorre da abundância de chuvas e das altas temperaturas associadas ao fenômeno El Niño”.
Essas condições, segundo os especialistas, favorecem a propagação dos mosquitos que causam não somente a dengue como outras doenças, como a encefalite equina ocidental (EEO).
Contudo, a questão econômica também se torna parte do problema, uma vez que a desvalorização do peso gerada pelos anúncios de Milei produziram um aumento nos preços dos produtos utilizados para enfrentar crises sanitárias como essa, como repelentes, e outros itens que visam evitar a presença de mosquitos.
Em uma matéria do jornal Página 12, consumidores argentinos relatam que os preços dos repelentes encontrados em farmácias e supermercados chega a ser até três vezes mais caros que há uma semana (antes do pacote de medidas anunciado pelo presidente).
Twitter/Fisco24
Argentinos enfrentam surto de dengue e medo da encefalite equina
Encefalite equina
Outro problema detectado pelas autoridades sanitárias argentinas é o aumento dos casos de encefalite equina em províncias das regiões norte e central da Argentina.
A propogação simultânea entre os dois surtos não é estranha, já que ambas as doenças são transmitiras pelo mesmo vetor: o mosquito aedes albifasciatus, “primo” do aedes aegypti com forte presença nas províncias afetadas, cuja maior concentração, segundo a imprensa local, é observada na Região Metropolitana de Buenos Aires.
Segundo a agência estatal de notícias Télam, a Universidade de Buenos Aires (UBA), através do Grupo de Estudo de Mosquitos da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais (FCEN), alertou sobre a possibilidade contágio de encefalite equina em humanos, apesar de afirmar que esse tipo de transmissão raramente ocorre.
A advertência ocorre devido ao fato de que o país registrou seu primeiro caso de encefalite equina em humanos após 27 anos. Se trata de um homem de meia idade residente na cidade de Reconquista, província de Santa Fé.
Os especialistas argentinos afirmam que o período de incubação do vírus da encefalite equina dura entre dois e dez dias e que a maioria dos casos é assintomática ou apresenta sintomas leves, como febre, fadiga, dores musculares e mal-estar geral.