O futuro premiê alemão, Olaf Scholz (SPD), escolheu, segundo a imprensa alemã, a ambientalista e líder do Partido Verde Annalena Baerbock como ministra das Relações Exteriores do país. Nesta quarta (24/11), Scholz anunciou, junto com os Verdes e o Liberais, o novo acordo de coalizão – o que abre caminho para que ele assuma o cargo de chanceler no dia 6 de dezembro.

A escolha é um mal sinal para o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, já que a tendência é que a pressão contra o desmatamento na Amazônia e outras questões ambientais aumente substancialmente com Baerbock no comando das relações internacionais do país.

Na semana passada, dados mostraram que a Amazônia teve o maior índice de desmatamento em 15 anos e uma alta de 22% entre agosto de 2020 e julho de 2021 em relação a 2019. Além disso, descobriu-se que o governo Bolsonaro segurou os dados para divulgá-los somente após a realização da COP26. Na mesma época, em viagem oficial aos Emirados Árabes, o presidente repetiu a falácia de que a “Amazônia não pega fogo porque é úmida”.

Baerbock foi a candidata dos Verdes para o cargo da chanceler Angela Merkel. O partido ficou em 3º lugar.

Superpasta de Economia e Clima

Mas as más notícias para o presidente brasileiro não param por aí. O novo governo alemão escolheu o outro líder do Partido Verde, Robert Habeck, como novo ministro de uma “superpasta” de Economia e Clima – outrora chamada de Economia e Energia, o que mostra um novo foco da pasta nas mudanças climáticas e sua ligação direta com a economia. Habeck também acumulará o cargo de vice-chanceler.

A pasta de Meio Ambiente, que é separada da de Clima, também será ocupada por um membro do Partido Verde, de acordo com o jornal Welt.

O novo governo alemão será formado pela primeira vez em mais de cinquenta anos por um conglomerado de três partidos, e, de maneira inédita, por uma coalizão social-democratas + verdes + liberais.

Na divisão de poder, o Partido Democrata-Liberal (FDP, na sigla em alemão) vai ficar com o poderoso Ministério das Finanças – cargo que o próprio Scholz ocupou durante o quarto governo de Angela Merkel (CDU). O escolhido para o posto é o líder do FDP, Christian Lindner.