Sábado, 12 de julho de 2025
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O Serviço alemão de Contrainteligência Militar (MAD) da Alemanha ampliou a investigação sobre extremistas de direita na Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, segundo noticiou a imprensa do país nesta terça-feira (10/09). O inquérito está concentrado na principal unidade de elite militar, o Comando de Forças Especiais (KSK), com sede na cidade de Calw.

Os jornais do grupo Redaktionsnetzwerk Deutschland revelaram um memorando confidencial do vice-ministro da Defesa, Gerd Hoofe, enviado a um painel de supervisão parlamentar alertando que o número crescente de extremistas na unidade necessitava de “investigações futuras”. Hoofe destacou que o inquérito sobre extremistas de direita no KSK havia se tornada prioridade do MAD.

Fontes de segurança disseram a revista alemã Spiegel que o número de soldados na unidade das forças especiais que tem simpatia pela extrema direita seria “extraordinariamente alto”.

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Foram revelados nos últimos anos vários casos de grupos de extrema direita dentro da Bundeswehr, mas essa é a primeira vez que o KSK está sob suspeita. Apenas 1.100 militares fazem parte deste comando, que é frequentemente solicitado pela Otan e pelos Estados Unidos para auxiliarem em operações conjuntas antiterrorismo nos Bálcãs e no Oriente Médio.

Segundo o Redaktionsnetzwerk Deutschland, o problema seria particularmente grave entre paraquedistas e na base Franz Joseph Strauss, em Altenstadt, na Baviera. A base ficou conhecida na década de 1990 quando o MAD descobriu soldados celebrando o aniversário de Adolf Hitler e entoando hinos do partido nazista.

Em inquérito sobre extremistas de direita na Bundeswehr, serviço de inteligência chega a tropa de elite

picture-alliance/dpa/M. Skolimowska

Unidade de elite da Bundeswehr, Comando de Forças Especiais (KSK)

O MAD está investigando militares que tinham ligação com Franco A., um soldado que chocou a Alemanha e a Áustria ao ser preso em 2017 tentando recuperar uma arma e munição que havia escondido no aeroporto de Viena. Explosivos também foram encontrados na ocasião.

O caso de Franco A. atraiu atenção generalizada em toda a Alemanha depois que informações surgiram de que ele armazenou memorabilia nazistas em seu quartel, incluindo uma caixa de fuzil com uma suástica gravada. Ele foi acusado de planejar ataques a políticos do alto escalão e figuras públicas que acreditava serem “favoráveis a refugiados”. Ele foi absolvido das acusações de terrorismo, mas condenado por violar a legislação sobre armas.

O MAD também está investigando grupos extremistas de direita online, como o Cruz do Norte. Sendo o menor serviço de inteligência do país, há preocupações de que o MAD não tenha recursos pessoais e financeiros para a amplitude da investigação. O Ministério da Defesa já sinalizou que pretende fortalecer o grupo.