A palestra do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, foi uma das mais aguardadas da Brazil Conference, evento realizado nesta segunda-feira (14/11), em Nova York, e que contou com a participação de outros ministros do Supremo Tribunal Federal.
Em sua participação, Moraes foi enfático ao destacar as ameaças à democracia que o Brasil vem observando nos últimos anos, e afirmou que essa tendência se fortaleceu durante a campanha das eleições gerais que o país viveu nas últimas semanas, a qual ele acompanhou já como presidente do TSE.
O ministro, E=em referência ao processo eleitoral deste ano, disse que “a democracia foi atacada no Brasil, mas sobreviveu”, segundo o jornal Estadão.
Moraes tomou o cuidado de não atribuir suas críticas a nenhum setor político específico. Em seguida, continuou se referindo aos atos antidemocráticos, e reclamou da falta de regulamentação das redes sociais, algo que ele qualificou como defendendo um “problema mundial”.
Jane de Araújo/Agência Senado
Alexandre de Moraes foi um dos principais convidados do Brazil Conference, em Nova York
“Sob falso manto de liberdade sem limites o que se pretende é corroer a democracia”, alegou Moraes, que completou dizendo que “não é possível que as redes sociais sejam terra de ninguém e milícias digitais ataquem impunemente”, no que pareceu uma referência a alguns dos casos que ele lidera no STF,
Além de Moraes, outros quatro ministros do STF estiveram presentes na Brazil Conference: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Luis Roberto Barroso. O evento é organizado pelo Grupo de Lideranças Empresariais (Lide), entidade criada pelo ex-governador de São Paulo, João Dória.
Durante o fim de semana, nos dias prévios à conferência, todos eles passearam pela cidade de Nova York e foram alvos de protestos e ações de hostilidade promovidas por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, que os chamaram de “ladrões”, “bandidos” e “vagabundos”.
Quem se referiu às agressões durante sua intervenção na Brazil Conference foi o ministro Gilmar Mendes, que ironizou ao dizer que “é preciso perguntar se não há um cenário de absoluta dissociação cognitiva, principalmente quando lunáticos pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos”.