A Síria está cada vez mais isolada no cenário internacional e a Rússia, último aliado de peso de Damasco, tentou nesta terça-feira (07/02) evitar que o país árabe mergulhe de vez numa guerra civil.
A retirada dos embaixadores dos principais países da UE (União Europeia) e do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo), que se juntou nesta terça-feira à decisão de Washington e Londres de pedir o retorno de suas legações diplomáticas na Síria, deixou o regime de Assad ainda mais isolado.
Fontes diplomáticas ocidentais confirmaram à Agência Efe que a decisão de chamar os embaixadores foi tomada em bloco pelos maiores países da UE, mas que a atividade nas legações, por enquanto, continuará normalmente.
O embaixador da Espanha, Julio Albi, deixará Damasco na noite desta terça-feira. O fracasso na aprovação de uma resolução de condenação à Síria no Conselho de Segurança da ONU levou a uma mobilização diplomática que procura atingir um governo que, apesar de tudo, ainda tem o controle do país e um respaldo significativo de seus cidadãos.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, pediu a Assad que ele abra um diálogo real com a oposição. Os dois se encontraram nesta terça-feira em Damasco.
Segundo o chanceler russo declarou à imprensa de seu país, Assad assegurou na reunião que está disposto a dialogar com todas as forças políticas do país.
“O presidente sírio está totalmente comprometido com a fim da violência, independente de onde venha”, afirmou, ao mesmo tempo em que alertou que a Rússia não tolerará uma intervenção estrangeira para solucionar a crise.
Uma das principais medidas no plano de mudanças de Assad é uma reforma constitucional que supostamente garantirá o pluripartidarismo, já que até agora só é permitida a atuação do partido governante Baath.
A notícia de que a comissão constitucional já finalizou seus trabalhos foi divulgada na chegada de Lavrov, que foi recebido por milhares de pessoas no aeroporto, em mais uma demonstração de força do regime.
A minuta da carta magna deverá ser submetida na primeira semana de março a um plebiscito popular, segundo o calendário anunciado por Assad em janeiro.
Enquanto isso, em Homs, a violência continuava. O Ministério do Interior não deixou lugar dúvidas sobre suas intenções ao anunciar que “continuará a perseguição dos grupos terroristas armados que operam” nesta localidade.
As autoridades sírias acusaram em comunicado “grupos terroristas” pela escalada da violência nas últimas semanas, e insistiram que continuarão sua ofensiva “até recuperar a segurança e a estabilidade na cidade”.
Segundo os opositores Comitês de Coordenação Local, pelo menos 23 pessoas morreram nesta terça-feira vítimas da repressão do regime, treze delas em Homs.
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