O Supremo Conselho Eleitoral da Turquia (YSK) anunciou nesta segunda-feira (15/05) que as eleições presidenciais realizadas no último domingo (14/05) serão decididas no segundo turno, em 28 de maio, entre o atual presidente, Recep Tayyip Erdoğan, do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) e o candidato líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu, do Partido Republicano do Povo (CHP). Além do presidente, os turcos também votaram para renovar a Assembleia do país.
A fim de eleger os 600 novos parlamentares do país, o YSK computou uma afluência de 87% da população e 54.369.872 votos válidos.
Segundo os resultados provisórios da agência estatal turca Anadolu, a Aliança Popular, de Erdogan, recebeu 49,46% dos votos; a Aliança da Nação, da oposição de Kilicdaroglu, obteve 35,02%; e a União pelo Trabalho e Liberdade, liderada pelo Partido Democrático dos Povos (HDP), que é de esquerda e pró-curdo, 10,54%.
Além dessas três principais coligações, outros partidos também participaram do pleito parlamentar, como Ata, Memleket, Sosyalist Güç Birliği, Genç Partpi, Anap, Vatan, Míllet, Hak-par, AB, HKP, GBP, Míllí Yol e YP. No entanto, nenhum obteve mais do que 3% do total de votos.
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Türkiye Büyük Millet Meclisi (Grande Assembleia Nacional da Turquia)
Segundo o gráfico eleitoral da agência turca, a aliança de Erdogan recebeu mais votos na capital Ancara e outras províncias do centro da Turquia. Já a aliança oposicionista foi mais presente no oeste turco, em províncias que fazem fronteira com a Europa. Já no leste do país, em províncias que fazem fronteira com países do Oriente Médio e Ásia Ocidental, onde há grande presença dos povos curdos, a aliança HDP obteve mais votos.
Até esta sexta-feira (19/05), todos os resultados anunciados das eleições turcas são provisórios. Segundo a agenda do Supremo Conselho Eleitoral da Turquia, até esta data, serão anunciados os resultados oficias do pleito.
Após a mudança do sistema parlamentarista para presidencialista em 2017 por Erdogan durante seu primeiro mandato como presidente da Turquia, o Parlamento do país passou de 550 para 600 cadeiras. Além disso, tem como função debater e aprovar leis.
Na análise da jornalista, cientista política e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Beatriz Bíssio, a Opera Mundi, caso Erdogan vença as eleições presidenciais, agora com o que apontam os resultados provisórios, a maioria no Legislativo, o presidente poderia ser considerado “consagrado”. No entanto, caso Kilicdaroglu vença e impeça a reeleição de Erdogan, pode encontrar dificuldades para emplacar suas propostas em um Parlamento de maioria oposicionista.