O aumento do custo de vida e a retenção dos salários culminaram em uma série de protestos na Cisjordânia nesta segunda-feira (10/09). O anúncio de alta no preço da gasolina, feito na semana passada pela Autoridade Palestina, foi o estopim para o início dos movimentos.
Uma greve das companhias de transporte público já era prevista para hoje. As transportadoras de cargas também aderiram ao protesto, que impossibilitou a ida de estudantes para as escolas.
De acordo com agências de notícias, pneus foram queimados para bloquear as principais entradas das cidades e manifestantes atiraram pedras contra edifícios públicos.
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Desde a informação de alta no custo do combustível, adotada pela Autoridade Palestina poucos dias depois da mesma medida ser implementada por Israel, os protestos têm se espalhado pelo território palestino.
O Estado de Israel é a principal origem dos produtos vendidos na Cisjordânia. Embora os preços sejam semelhantes nas duas localidades, os salários pagos aos palestinos costumam ser um quinto do que é recebido em Israel. A discrepância é um dos muitos pontos de tensão na região.
Para agravar ainda mais a situação, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayad, anunciou que a Autoridade Palestina não poderá pagar os salários de agosto dos funcionários públicos. Especula-se que cada profissional receberá apenas metade de seu ordenado.
Durante os protestos na Cisjordânia, os manifestantes exigiam a demissão de Fayad, a quem atribuem boa parte da responsabilidade pela situação econômica.
O principal motivo alegado pela Autoridade Palestina em relação às dificuldades financeiras é a ocupação israelense. Segundo o ministério da Fazenda, as perdas anuais sofridas decorrentes dessa razão são de cerca de 7 bilhões de dólares.
(*) com BBC Brasil