A imprensa internacional olha com preocupação para os atos golpistas estimulados pelo presidente Jair Bolsonaro neste feriado de 7 de setembro. Em diversos veículos pelo mundo, o temor de um golpe é presente, com o alerta de que as manifestações têm potencial para descambar em violência.
Para o Tagesschau, principal telejornal da Alemanha, a preocupação com distúrbios é grande. “No Brasil, o acuado presidente Bolsonaro chamou seus apoiadores para protestos em todo o país neste Dia da Independência. Eles exigem um golpe”, afirma o texto.
“Na realidade, Bolsonaro está sob pressão: seu gerenciamento sofrível da pandemia não é somente tema de uma CPI no Parlamento. Além de tudo, a crise do coronavírus derrubou seus números nas pesquisas. Mais de meio milhão de pessoas no Brasil morreu por causa do vírus, ao mesmo tempo que a economia colapsa e dezenas de milhares perderam seus empregos”, diz o texto da correspondente Anne Herrberg.
“Nas últimas pesquisas sobre a eleição presidencial do ano que vem, o extremista de direita Bolsonaro aparece bem atrás de seu concorrente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, que, até agora, não anunciou sua candidatura”, afirma a reportagem;
França
O jornal francês Les Echos, especializado em economia, afirmou que “Bolsonaro mobiliza a rua contra o poder Judiciário”.
“Bolsonaro ameaça o Judiciário e convoca seus partidários para uma verdadeira demonstração de força contra as instituições no aniversário de 199 anos da Independência. Por outro lado, a esquerda também mobiliza suas tropas para dar uma resposta”, afirma o texto do correspondente Thierry Ogier.
Por sua vez, o jornal Le Monde diz que o desfecho das manifestações golpistas deste 7 de setembro é “imprevisível”.
“O dia da Independência no Brasil neste ano é totalmente imprevisível. O presidente Jair Bolsonaro, a quem a queda nas pesquisas pressiona para uma mobilização de sua base, prometeu que uma multidão “gigantesca” virá apoiá-lo no dia nacional desta terça-feira (7 de setembro)”, começa o texto.
O periódico, no entanto, lembra das manifestações pedindo a saída do presidente, que também ocorrem em diversas cidaeds.
“Mas seus adversários também sairão às ruas para gritar “Fora Bolsonaro!”, preocupados com as ameaças à democracia representadas pelo presidente de extrema direita, que abriu uma grave crise institucional ao declarar guerra ao Supremo Tribunal Federal”, diz a reportagem.