A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse nesta sexta-feira (11/12) que a América Latina vive uma nova onda progressista, principalmente após a vitória eleitoral do chavismo na Assembleia Nacional venezuelana e a eleições de Luis Arce para a presidência da Bolívia.
Em entrevista ao fundador de Opera Mundi, Breno Altman, Rodríguez destacou a onda de protestos em países como Chile, Colômbia e Peru, afirmando que a região latino-americana “respira novos ares”.
“O que ocorreu na Bolívia, no Chile, os movimentos sociais indo às ruas na Colômbia, no Peru. Há um nova onda. Estamos em um período de recomposição progressista e nacionalista”, disse. Para a vice-presidente, a Venezuela “foi um bastião de resistência enfrentando as priores horas do governo de Donald Trump contra a América Latina”.
Rodríguez ainda falou sobre as eleições parlamentares realizadas na Venezuela no último domingo (06/12) e afirmou que a maior conquista alcançada no pleito foi o fato de outra Assembleia Nacional ter sido eleita sem o setor da oposição que pedia sanções dos Estados Unidos e invasão estrangeira. Juan Guaidó e seus partidários não participaram da votação.
“A maior vitória, a maior felicidade da Venezuela foi ter tirado do Parlamento os que convocaram invasões contra o país, que promoveram cada sanção”, disse.
Rodríguez ainda falou sobre o autoproclamado presidente Guaidó, que chefiava a Assembleia Nacional desde 2016, afirmando que ele fazia parte de um plano do governo de Donald Trump. “Guaidó não era um projeto político, era parte de um plano para roubar os recursos naturais da Venezuela. E fracassou. Guaidó é o maior fracasso da política de Trump para a Venezuela”, afirmou.
Ainda sobre as eleições, a vice-presidente classificou o pleito como histórico, especialmente após Nicolás Maduro dizer que deixaria a presidência caso a coalizão chavista Grande Polo Patriótico perdesse. A GPP recebeu mais de 67% dos votos.
“Maduro disse que, se perdêssemos, ele sairia da presidência. Bom, essa eleição teve um peso histórico muito grande, porque o povo fez sua escolha e ratificou a independência e autodeterminação da Venezuela”, disse.
Rodríguez também destacou as dificuldades enfrentadas para realizar o pleito durante a pandemia do novo coronavírus e em meio a uma crise econômica causada pelo bloqueio norte-americano contra o país. “Essa foi uma eleição heroica, em meio as maiores dificuldades. O plano do inimigo era nos deixar sem gasolina, sem tecnologia quando queimaram nossos aparelhos eleitorais”, afirmou.
Veja a entrevista na íntegra: