Os Estados Unidos estão sentindo a pressão da opinião pública internacional e por isso não vetaram a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pede cessar-fogo imediato no Oriente Médio. A opinião é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
“Como eu disse ontem à ministra [dos Negócios Estrangeiros de Israel]
Tzipi Livni, não é trivial que os Estados Unidos tenham optado pela abstenção [na
votação da resolução]. Não votaram a favor, mas também não
vetaram. E se eles se abstiveram, é porque estão começando a sentir
também a pressão da opinião pública no mundo inteiro para que esses
ataques cessem imediatamente”, disse o ministro em entrevista coletiva em Ramallah, na Cisjordânia, segundo a Agência Brasil.
O documento, aprovado por 14 países na semana passada, com abstenção dos Estados Unidos, precisa ser cumprido, segundo o ministro. “Eu acho que o que existe de mais imediato é buscar formas de
implementar a resolução, é muito importante que os lados mais
envolvidos no conflito dêem sinais claros de que eles estão dispostos a
trabalhar pela resolução, naturalmente sempre na expectativa de que o
outro lado também trabalhe pela resolução”.
A entrevista foi concedida após reuniões com o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Salam Fayaad, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Riad Malki.
Amorim destacou que, mesmo com o cumprimento do documento da ONU, ainda fica em aberto a questão da paz na região. “Para isso, uma conferência é necessária”, defendeu. Na opinião dele, é importante a realização desse encontro, mas que as condições sejam adequadas e que a liderança palestina não esteja enfraquecida pelos ataques.
Amorim reiterou que a sua visita ao Oriente Médio é em solidariedade ao povo palestino, porque é o que mais está sofrendo. “Não vamos entrar aqui em saber de quem é a culpa, mas o povo palestino, mulheres, crianças, todo dia têm morrido. Isso tem que parar rapidamente, essa é a opinião de toda a comunidade internacional”, disse.
Ontem (11), Amorim se reuniu com autoridades de Israel. Disse que brasileiros na Faixa de Gaza gostariam de sair da área e pediu auxílio do governo israelense. Segundo ele, a ministra Tzipi Livni o ouviu com atenção e tomou nota das preocupações do Brasil.
A viagem também serve para Amorim oficializar a entrega de ajuda humanitária do Brasil aos palestinos.
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