A companhia paramilitar Academi LLC confessou ter fornecido artefatos bélicos e serviços de treinamento militar para diversos países sem a autorização prévia dos Estados Unidos. Conhecida antes como Blackwater Worldwide, ela assinou nesta terça-feira (07/08) um acordo com uma corte de New Bern, no Estado da Carolina do Norte, no qual aceita pagar uma multa de 7,5 milhões de dólares (o equivalente a pouco mais de 15,2 milhões de reais).

De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o acordo da companhia com a promotoria da Carolina do Norte anula as denúncias de 17 violações. Além de fornecer de forma ilegal telefones via satélite para militares do Sudão e prestar serviços de treinamento bélico a governos como o do Canadá, a Academi LLC também fornecia armas automáticas ao rei da Jordânia e elaborava estratégias de segurança armada para transportadoras da Suécia e da Dinamarca.

Com o acordo desta terça-feira, os executivos assumem a “toda a responsabilidade” pelas violações deflagradas entre os anos de 2005 e 2008. Para não ser processada, a  Academi LLC terá que arcar com as sanções financeiras determinadas pelos promotores e passará por restrições em seus contratos de exportação.

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^{Helicóptero da Blackwater assiste tropas dos EUA após a explosão de um carro-bomba em Bagdá, em 2004.} 

Esta não é a primeira vez que a antiga Blackwater, que também possui razão social em nome de Xe Services LLC, entra em acordo com promotores por conta de violações do gênero. Em 2010, as multas por irregularidades na prestação de serviços de treinamento militar chegaram à marca de 42 milhões de dólares (o equivalente, nos dias de hoje, a 85 milhões de reais).

“Esta empresa violou claramente as leis dos Estados Unidos ao enviar dados técnicos substantivos e serviços não autorizados de defesa a uma série de países pelo mundo”, argumentou em nota Brock Nicholson, agente especial do Serviço de Imigração e Fiscalização Alfandegária norte-americano na Carolina do Norte.

Com contratos bilionários assinados pelo governo de George W. Bush para atuar junto ao Exército norte-americano durante a invasão do Iraque e do Afeganistão, a antiga Blackwater tornou-se o alvo de diversas investigações nacionais e internacionais desde então. Promotores federais alegam que com este acordo um “longo e complexo” processo pode ser encerrado.