Em sua primeira mensagem como secretário-geral da ONU, António Guterres pediu, neste domingo (1º/01), que a paz seja a prioridade mundial. O ex-primeiro-ministro português estreou hoje à frente da organização internacional sucedendo o sul-coreano Ban Ki-moon, que concluiu seu segundo mandato à frente da organização.
Guterres é o 9º secretário-geral da entidade e, em seu discurso de posse, ressaltou que “a paz deve ser nosso objetivo”, como pediu, em mensagem de vídeo gravada em inglês, francês, espanhol e português.
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“Hoje, 1º de janeiro, peço a todos que nós tenhamos um mesmo propósito: façamos da paz nossa prioridade”, disse Guterres.
Sem mencionar nenhum conflito em particular, apelou para um cessar-fogo “nos campos de batalha” que passam por negociações “para chegar a soluções políticas”.
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Guterres foi eleito com a aprovação de todos os membros do Conselho de Segurança da ONU
O novo secretário-geral perguntou o que a comunidade internacional pode fazer para ajudar aos milhões de pessoas que vivem “presas em guerras que não parecem ter fim”.
“Dessas guerras ninguém sai vitorioso, todo mundo perde”, lamentou Guterres, denunciando especialmente o impacto que têm na população civil.
O diplomata português criticou os “trilhões de dólares” que são gastos em destruir sociedades já que, acrescentou, “exacerbam” os ciclos de desconfiança e medo que podem se perpetuar durante gerações.
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Por isso, insistiu em novo chefe da diplomacia mundial, que a dignidade e a esperança, assim como o progresso e a prosperidade, “dependem da paz”.
“Peço a todos que se comprometam com a paz hoje e todos os dias. Façamos com que 2017 seja um ano para a paz”, concluiu Guterres.
Assista:
Veja o que diz @antonioguterres em sua 1a. mensagem como novo secretário-geral da #ONU https://t.co/3KKLbEvDWm @ONUNews_Port @ONUPortugal pic.twitter.com/FhzHo0pNXt
— ONU News (@ONUNews_Port) 1 de janeiro de 2017
Currículo
Guterres esteve, durante dez anos, à frente do Acnur (Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. Seu mandato foi marcado por algumas das maiores crises migratórias dos tempos modernos. Sobretudo os conflitos na Síria e no Iraque, mas também no Iêmen ou no Sudão.
De 1995 a 2002, Guterres foi primeiro-ministro de Portugal, anos em que ele guiou a nação para a zona do euro. Católico convicto, convocou o referendo pela despenalização do aborto, em 1998, sendo severamente criticado pelos defensores da medida por haver contribuído para a vitória do “não”.
(*) Com informações da Agência Efe