O governo dos Estados Unidos afirmou que Cuba continuará na lista de países patrocinadores do terrorismo, após os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, terem pedido a remoção de Havana dessa relação.
“Cuba não sairá da lista, não temos nenhum anúncio nem qualquer informação sobre sua remoção”, declarou Kristina Rosales, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, à rádio colombiana Caracol.
Em seu discurso nas Nações Unidas, Lula disse que o Brasil continuaria “denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo”.
O presidente brasileiro discursou contra o bloqueio que atinge a ilha há mais de 60 anos, afirmando que continua crítico “a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria”.
Por sua vez, Petro afirmou que os Estados Unidos deveriam “começar a curar as feridas abertas na história com a América Latina” e que remover Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo significaria “reencontrar a verdade e o início de um novo diálogo para superar os problemas da América”.
Cuba permanece na lista de países que o governo de Joe Biden considera que “não colaboram completamente” na luta contra o terrorismo. Para a gestão de Miguel Díaz-Canel, presidente da ilha, essa medida é “mais uma mentira” vinda dos EUA.
Na 78ª Assembleia da ONU, Díaz-Canel aproveitou sua fala para repudiar mais uma vez a postura norte-americana em relação ao país caribenho, denunciando que, embora Cuba não seja o primeiro Estado soberano que sofre com medidas coercivas unilaterais pelo governo dos Estados Unidos, é o país que sofre com tais medidas há mais tempo.
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Cuba permanece na lista de países que EUA consideram que ‘não colaboram completamente’ na luta contra o terrorismo
Da mesma forma, rejeitou os bloqueios impostos a demais países, como Zimbabué, Síria, Irã e Coreia do norte, além de reiterar sua solidariedade com a causa do povo palestiniano.
Campanha Cuba Vive
Tirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo. Essa foi a missão assumida pela campanha “Cuba vive e resiste!”, que busca reunir mais de um milhão de assinaturas como forma de mostrar o apoio internacional ao país a respeito do tema.
A iniciativa nasceu da união de oito importantes organizações sociais de presença internacional, especialmente na América Latina, como o Foro de São Paulo, a Via Campesina, a Assembleia Internacional dos Povos, a Marcha Mundial das Mulheres, a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo, a Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas, a ALBA Movimentos e a Rede Latino-Americana de Solidariedade com Cuba.
“Acreditamos que a pressão internacional e o conhecimento da verdade sobre as consequências dessas hostilidades dos Estados Unidos são forças poderosas para tirar Cuba da lista de Estados que patrocinam o terrorismo. Além disso, concordamos com os 185 países que, na Assembleia Geral das Nações Unidas de 2022, rejeitaram o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba, como fazem há 30 anos”, afirmam os organizadores.
(*) Com Ansa.