Os presidentes Felipe Calderón, do México, e Álvaro Uribe, da Colômbia, únicos líderes latino-americanos presentes ao Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), garantiram hoje (30) que estão otimistas em relação aos efeitos da crise na América Latina. Ambos destacaram reformas feitas em seus países e os apontaram como excelentes destinos para investimentos estrangeiros.
“Nossos países cuidaram muito das finanças públicas, portanto temos uma excelente oportunidade de superar o choque externo que nos afeta”, declarou Calderón: “Pela primeira vez, vários países da região podem aplicar medidas anticíclicas. Estamos mais bem preparados que outras vezes”.
A bem da verdade, o México foi fortemente afetado pela crise econômica, conforme mostra reportagem publicada recentemente pelo Opera Mundi.
Calderón e Uribe destacaram o crescimento contínuo das economias latino-americanas nos últimos seis anos, mas não esconderam que a crise teve impacto na economia latino americana.
“Devemos aplicar uma combinação de realismo e decisão. Nos últimos anos, nossas exportações aumentaram muito e este ano esperamos uma queda de 15%. Isto terá um impacto e por isso queremos nos adiantar com medidas como reforçar a seguridade social e os investimentos em nosso país”, destacou Uribe.
“Certamente haverá um forte impacto, porque diminuirá a demanda por nossas exportações, mas nesta crise há uma coisa positiva. A origem não se encontra na América Latina, não se trata da 'crise tequila' ou 'crise tango'. Esta poderia ser chamada… a 'crise Big Mac'”, ironizou o presidente mexicano.
Os painéis de debates desta edição do Fórum trouxeram diferentes abordagens do atual panorama da economia global.
No primeiro dia, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, alertou para o perigo do protecionismo no mundo após a eclosão da crise. Ele disse que é preciso haver cooperação entre os países e garantiu que a Rússia não levantará barreiras comerciais.
Seu colega chinês, Wen Jiabao, admitiu que a crise provocou impactos na poderosa economia da China, sobretudo pela forte queda da demanda mundial. Todavia, demonstrou sinais de esperança com as medidas do governo, que prevê aumentos substanciais do crédito.
O megaespeculador George Soros afirmou que é necessário que os Estados intervenham para resgatar os bancos em dificuldade, já que o setor privado não pode fazê-lo. Disse ainda que a magnitude da atual crise é “significativamente maior” que a dos anos 30 do século passado, iniciada com o “crash” da Bolsa de Valores dos Estados Unidos, em 1929.
O ex-presidente Bill Clinton declarou ser urgente a revisão do sistema econômico vigente. “O mais importante é nos salvarmos da situação atual”, pontuou Clinton. Ele também acalmou Obama com relação à resistência às medidas econômicas nos Estados Unidos, revelada quando os republicanos votaram contra seu plano de US$ 819 bilhões. “Todos eles se opuseram ao plano econômico em 2003 também”, comparou.
O Fórum termina no próximo domingo.
NULL
NULL
NULL