Como parte do acordo feito em 5 de outubro entre o governo da Tunísia e os partidos de oposição, o primeiro-ministro Ali Laridi renunciou nesta quinta-feira (09/01). O país está em processo de formulação de uma nova constituição – que deve barrar influências religiosas na gestão.
“Como prometi há tempos, agora que há uma visão clara e uma garantia clara sobre o futuro do país, que está a ponto de entrar em uma nova etapa com a preparação das eleições, apresento a renúncia do governo que dirigi durante 10 meses, aproximadamente”, disse Laridi em uma coletiva de imprensa.
Laridi deve ficar no cargo “até a liquidação dos assuntos correntes em espera da formação do futuro governo”, que será dirigido por Mehdi Yumaa, atual ministro da Indústria. Ele tem duas semanas, a partir desta quinta, para formar uma nova equipe composta por personalidades tecnocratas e independentes.
Agência Efe
Após acordo, o primeiro-ministro Ali Lardi renunciou ao cargo
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Yumaa antecipou nesta quinta a uma rádio nacional que o governo será integrado por 17 ministros.
Acordo
Em outubro, a aliança governista dirigida pelo partido islamita Al-Nahda e a oposição tunisiana se comprometeram a escolher um novo presidente do governo e a acelerar tanto a redação da Constituição como a preparação de eleições presidenciais e legislativas. Em dezembro, Yumaa foi designado como primeiro-ministro de consenso para substituir Laridi.
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Além disso, a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) começou a discutir e votar artigo por artigo na sexta-feira passada o projeto da nova Constituição, com o objetivo de finalizar as votações no dia 14, coincidindo com o terceiro aniversário da queda do ditador Zine al-Abidine Ben Ali. O levante acabou se espalhando pelos vizinhos Egito, Iêmen e Líbia, no movimento que ficou conhecido como Primavera Árabe.
Além disso, a ANC concluiu a composição da Instância Eleitoral Independente, ISIE, que deverá supervisionar as próximas eleições presidenciais e legislativas, cujas datas ainda não foram fixadas.