Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assinaram nesta quinta-feira (27/04) um acordo pelo qual Moscou irá ceder o combustível para que a usina nuclear de Akkuyu, a primeira do país, possa começar a funcionar.
Em conversa por videoconferência, os dois mandatários concordaram em participar juntos da inauguração da Unidade 1 da planta, que deve acontecer no segundo semestre de 2023.
Segundo Putin, a Rússia considera a Turquia como um “aliado estratégico” nos tempos atuais, e que a obra retrata o fortalecimento das relações entre os dois países em diferentes âmbitos.
“A construção da usina está ocorrendo de acordo com o cronograma aprovado, com todas as quatro unidades sendo construídas ao mesmo tempo, fazendo deste o maior canteiro de obras nucleares do mundo”, acrescentou o líder russo.
A obra está sendo construída em conjunto por empresas construtoras russas e turcas, além da estatal nuclear russa Rosatom, uma das acionistas do empreendimento.
Agência Anadolu
Usina nuclear de Akkuyu está sendo contruída em parceria entre empresas russas e turcas
O diretor da Rosatom, Alexei Likhachov, também participou da reunião e afirmou que a usina de Akkuyu “proporcionará benefícios econômicos mútuos e promoverá a cooperação multidimensional entre Rússia e Turquia”.
As primeiras instalações atômicas da Turquia estão sendo construídas na província de Mersin, às margens do Mar Mediterrâneo. A planta terá quatro unidades com reatores VVER-1200. Após a conclusão da construção, a usina gerará cerca de 35 bilhões de kWh por ano.
Pelo lado da Turquia, a participação do presidente Erdogan foi confirmada de última hora, e de forma virtual. Inicialmente, estava programada uma visita do mandatário à planta de Akkuyu, mas essa possibilidade foi cancelada na quarta-feira (26/04), quando ele precisou ser hospitalizado com problemas respiratórios.
Em discurso por videoconferência, Erdogan agradeceu o apoio da Rússia ao projeto e assegurou que o uso de energia nuclear por parte da Turquia será para fins pacíficos. O mandatário ressaltou a presença na reunião de um representante da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), dando a entender que esta significava um aval do organismo a respeito das garantias oferecidas pelo governo turco.
Além disso, Erdogan também afirmou que, uma vez que a usina de Akkuyu esteja funcionando, seu país pretende iniciar a construção de duas novas usinas, em outras regiões do país, mas não especificou se essas futuras obras também serão realizadas em parceria com a Rússia.