Cinco meses após o início dos conflitos armados entre Costa Rica e Nicarágua por causa de limites fronteiriços, o Google alterou a linha da fronteira entre os países no serviço do Google Earth.
Em novembro do ano passado, a Costa Rica denunciou a Nicarágua perante a CIJ (Corte Internacional de Justiça) por considerar que seu território foi ocupado militarmente na área compreendida entre os rios San Juan e Colorado, onde a Nicarágua está dragando um canal que une o leito do rio San Juan com a lagoa Portillos.
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A Nicarágua, porém, alega que suas tropas se limitaram a fazer patrulhas por água, onde possui jurisdição para proteger os trabalhadores das máfias e para a luta contra o narcotráfico. Entretanto, a base da força costeira nicaraguense fica na cidade de San Juan do Norte, a um quilômetro da dragagem.
O governo da Costa Rica rejeita qualquer tipo de modificação na fronteira entre os países e sustenta que a justificativa de defesa nicaraguense contra o narcotráfico é uma “desculpa” para a ocupação militar.
Diante do conflito, os serviços do Google foram responsabilizados por demarcar a fronteira sem exatidão, já que, nos mapas da internet, o território nicaraguense se estende até as margens do rio, enquanto os mapas oficiais dizem que a Costa Rica tem soberania nas duas margens do rio. O fato serviu como pretexto para o governo da Nicarágua justificar a invasão do território da Costa Rica.
Reprodução Google
À esquerda, a versão anterior, reivindicada pela Nicarágua. à direita, a versão do mapa já modificada.
O Google, por sua vez, alegou que o Google Earth e o Google Maps, que continham os erros, são apenas produtos que “reproduzem as informações que são enviadas para o servidor”.
Em entrevista ao jornal espanhol El Mundo, o gerente de comunicação de produtos do Google para a América Latina, Ricardo Blanco, disse que “apesar de os mapas do Google terem uma altíssima qualidade e a companhia trabalhar constantemente para melhorar e atualizar as informações existentes, eles de nenhuma maneira podem ser tomados como referência no momento de decidir ações militares entre as duas nações”.
Entretando, o erro foi corrigido apenas no serviço Earth e não no Maps. “Isso ocorreu porque a atualização de mapas leva tempo. Corrigimos a linha fronteriça no Google Earth, mas ainda não foi possível atualizarmos o Google Maps, estamos trabalhando nisso”, afirmou Blanco.
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