Cidadãos norte-americanos se veem novamente em meio a denúncias de que a inteligência do país utilizou meios escusos para obter informações. Nesta quinta-feira (31/07), o diretor da CIA (agência de inteligência norte-americana), John Brennan, pediu desculpas aos dirigentes da Comissão de Inteligência do Senado dos EUA por a agência ter violado computadores para obter informações. Hoje, documentos secretos do Senado vazados para a imprensa acusam a CIA de adotar “técnicas brutais de interrogatório” contra suspeitos de envolvimentos no ataque terrorista de 11 de setembro de 2001.
Em um comunicado divulgado hoje, a CIA admitiu que funcionários tiveram acesso a arquivos que só deveriam ser permitidos aos investigadores da comissão parlamentar. De acordo com a nota, eles tentavam descobrir como os parlamentares tiveram acesso aos relatórios internos sobre o programa de interrogatórios utilizados pela agência.
Agência Efe
Alemães protestam contra espionagem norte-americana em frente à base da inteligência em Darmstadt
Brennan pediu oficialmente desculpas e abriu uma investigação dentro da CIA que poderá levar a sanções disciplinares aos culpados pela ação.
Desde 2009, a comissão de inteligência estuda o programa de interrogatórios violentos da agência, aplicado entre 2002 e 2006 e teve acesso a mais de seis milhões de documentos.
Um acordo entre o Senado e a inteligência norte-americana determinava que congressistas poderiam consultar os documentos protegidos sem que a CIA tivesse acesso a eles. Mas, em 2010, mais de 900 páginas de documentos importantes desapareceram do ambiente protegido.
De acordo com a AFP, entre os documentos desaparecidos estava um memorando secreto difundido pelo ex-diretor da CIA Leon Panetta que contradizia a posição oficial da agência sobre torturas durante interrogatórios.
Espionagem
No ano passado, o ex-agente da NSA Edward Snowden revelou que a agência de segurança espionou cidadãos norte-americanos e líderes internacionais, gerando críticas internas e externas aos Estados Unidos.
O ex-funcionário da CIA revelou detalhes de um programa que compila diariamente milhões de registros de ligações telefônicas nos EUA e de outro que poderia ter acesso aos servidores das maiores empresas americanas de internet para monitorar as comunicações.
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Snowden também denunciou as técnicas de espionagem dos EUA a parceiros, como países da União Europeia e da América Latina, que pediram explicações a Washington pelas intromissões e provocaram um desgaste diplomático nas relações de países considerados amigos, como a Alemanha e o Brasil.
Em resposta às críticas, o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou que o sistema de monitoramento da NSA seria reformado. “Confiem em nós, não abusaremos dos seus dados”, disse, numa tentativa de tranquilizar a comunidade internacional, dizendo que líderes de nações aliadas não serão mais espionados, “a menos que exista um forte motivo de segurança nacional”.