O presidente cubano Miguel Díaz-Canel fez um pronunciamento nesta quarta-feira (25/05) contra a organização da IX Cúpula das Américas, feita pelos Estados Unidos, que excluiu Cuba, Nicarágua e Venezuela, dizendo que ela teria um caráter não inclusivo.
“Todos sabemos que o governo dos Estados Unidos concebeu, desde o início, esta Cúpula das Américas de forma não inclusiva”, disse o cubano no Twitter.
O mandatário da ilha socialista garantiu que em nenhum caso o país participaria do encontro, afirmando que, nas condições em que os processos relacionados à Cúpula ocorreram, e devido a atitude assumida pelo governo norte-americano desde então, ele não compareceria à reunião.
Díaz-Canel argumentou que a gestão do presidente Joe Biden buscou excluir vários países, como foi com Venezuela, Cuba e Nicarágua, “apesar da forte demanda regional para que as exclusões terminem”.
Países latino-americanos, como Argentina, México, Bolívia e Honduras, além da Comunidade do Caribe, chegaram inclusive a exigir a inclusão dos três Estados na cúpula, que será realizada em Los Angeles, na Califórnia, de 6 até 10 de junho.
Miguel Díaz-Canel em maio de 2022
Para Díaz-Canel, os Estados Unidos têm feito “esforços intensos” para desmobilizar demandas justas dos países da região que pedem por uma cúpula inclusiva. O mandatário disse, no entanto, que está convencido de que “a voz de Cuba será ouvida” durante o encontro de líderes.
Por fim, o cubano agradeceu as posições tomadas pelos países que usaram de suas vozes para se manifestarem contra as exclusões, dizendo que todos devem ser convidados em “pé de igualdade”.
Chile rechaça a exclusão, mas confirma presença
Apesar de condenar a posição do país, que está sediando o encontro pela primeira vez, a gestão de Gabriel Boric, por meio da ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, confirmou presença na reunião, contrastando com os posicionamentos tomados pelos líderes da Bolívia e do México, que ameaçaram boicotar a Cúpula caso a exclusão seja efetivada.
“Os últimos anos mostram que a exclusão não deu resultados em matéria de direitos humanos na Venezuela, Nicarágua e Cuba”, opinou a chanceler, acrescentando que a posição do recém-eleito presidente Boric, e da própria Urrejola, a respeito de supostas violações do direitos humanos nestes países é amplamente conhecida.
(*) Com Telesur.