Um dia após a libertação do general Rubén Darío Alzate, que havia sido capturado pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), negociadores do governo da Colômbia viajarão nesta segunda-feira (1º/12) a Havana, em Cuba, para retomar os diálogos de paz com a guerrilha. O governo do presidente Juan Manuel Santos havia interrompido unilateralmente as negociações após o sequestro do militar, no dia 16 de novembro.
“Queremos anunciar que parte da delegação do governo viajará para Havana, em Cuba, para ter uma reunião de dois dias, com parte da delegação das Farc nessa cidade”, declarou o negociador-chefe oficial, Humberto de la Calle, no final de um encontro com o presidente.
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Agência Efe
Presidente Santos (centro) em reunião com a delegação colombiana que irá a Havana hoje para retomar diálogo com FARC
Neste próximo encontro entre as partes em Havana, os negociadores avaliarão o impacto que teve o incidente com o general Alzate no processo de paz, bem como a discussão de alternativas para impor maior eficácia às conversas, iniciadas há dois anos.
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Segundo Humberto, o propósito desta reunião é fazer — ao lado de Cuba e Noruega, países fiadores do processo — “uma avaliação relacionada com os fatos recentes e que a opinião pública conhece”.
Isto significa que a viagem da delegação colombiana não será um reinício imediato do ciclo 31 de diálogos, centrado no tema de vítimas, que deveria ter começado no dia 18 de novembro, mas sim uma aproximação para retomar o contato.
Suspensão unilateral
Os diálogos de paz do Governo colombiano e das Farc foram suspensos por Santos no dia 17 de novembro, horas depois de as Farc sequestrarem o general Alzate, o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego — todos libertados ontem.
Alzate, vestido de civil e desarmado, rompeu todos os protocolos de segurança em meio à guerra ao ser capturado em uma região do departamento (estado) de Chocó. Por conta disso, será convocado a prestar explicações no Senado para esclarecer as circunstâncias nas quais foi capturado pelos insurgentes, como anunciou o presidente da Segunda Comissão da Câmera Alta, Jimmy Chamorro. Autoridades do Ministério de Defesa também serão convocados a prestar esclarecimentos.
A delegação que viajará para Havana não será formada pela totalidade da equipe negociadora, mas por Humberto, o alto comissário de Paz, Sergio Jaramillo, e dois generais, Jorge Humberto Mora, do Exército, e Óscar Naranjo, da Polícia, disseram à Efe fontes ligadas ao processo.
(*) Com informações da Agência Efe