Horas depois de anunciar a libertação de 26 presos palestinos, Israel bombardeou neste domingo (29/12) várias áreas do sul do Líbano depois que pelo menos cinco foguetes foram disparados contra seu território, disseram fontes militares. Até o momento, não há registro de vítimas.
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As fontes afirmaram que mais de 30 projéteis lançados desde o lado israelense caíram em Jraibeh, a rota Al Mari, Rachaya al Fajar, Wata Jiam, Ebel el Saqi e El Wazani.
Uma calma reina agora na região, que está sob o controle do contingente espanhol que integra as forças da ONU no Líbano, a Finul. O porta-voz da Finul, Andrea Tennenti, citado pela agência oficial libanesa ANN, elevou para mais de cem os projéteis disparados desde Israel em direção ao Líbano.
Agência Efe
Soldado israelense inspeciona área atingida por foguete proveniente do Líbano
Após os disparos, Israel advertiu o governo do Líbano que dará uma forte resposta se o norte da Galiléia continuar sendo alvo de foguetes disparados do território libanês.
“Vemos o governo e o exército libaneses como os responsáveis do que ocorre em seu território. Não deixaremos passar fatos como o ocorrido nesta manhã”, disse o ministro de Defesa, Moshe Yaalon, por meio de um comunicado. “Se for necessário o exército atuará com maior contundência do que fez nesta manhã”, alertou.
O chefe das forças internacionais, o general Paolo Sierra, já fez contato com ambas as partes para evitar que a situação derive em uma escalada da violência.
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Os foguetes libaneses contra Israel foram disparados de uma área perto da cidade de Jiam, mas as fontes militares indicaram que ainda não está claro quantos projéteis caíram no território israelense – pelo menos dois caíram em território libanês.
O incidente armado de hoje interrompe uma calma de mais de quatro meses desde o último caso semelhante. Há duas semanas, no entanto, no extremo leste da fronteira, foi registrado um ataque no qual um soldado israelense morreu.
Presos
Na noite desta sábado (29), o governo israelense aprovou a libertação de outros 26 presos palestinos que cometeram os crimes antes dos acordos de paz de Oslo de 1993, segundo um comunicado oficial.
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“Os presos cumpriram penas entre 19 e 28 anos de prisão”, disse a nota que informa que a libertação acontecerá “pelo menos 48 horas depois da publicação de lista”, ocorrida nesta noite.
Os 26 palestinos, todos acusados de assassinato e participação em organização armada, fazem parte do grupo de 104 presos que ainda cumpriam pena em Israel por delitos cometidos antes do processo de reconciliação iniciado em 1993, que devia ter sido concluído cinco anos depois com a criação de um Estado palestino e que foi interrompido pela segunda Intifada.
Israel aprovou a libertação em julho como gesto de boa vontade para que voltasse à mesa de negociações o presidente palestino, Mahmoud Abbas, após três anos de estagnação nas conversas de paz.
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Até agora o governo israelense já libertou dois grupos de 26, e a terceira fase está prevista para domingo, no máximo segunda-feira. “Se algum deles retornar a atividade hostil (em direção a Israel) será devolvido (à prisão) para que cumpra o resto da condenação”, lembra a nota do governo israelense.
Em troca da libertação destes presos, segundo uma velha promessa verbal de Israel, os palestinos se comprometeram a não recorrer a organismos internacionais durante os nove meses que as partes se deram para negociar.
Na quinta-feira (26) centenas de israelenses se manifestaram contra a decisão, e esta noite um pequeno grupo protestou frente à residência de Netanyahu.
O processo de negociação, que começou em julho sob a mediação dos EUA, está em uma fase na qual o secretário de Estado, John Kerry, optou por propor todo tipo de ideias para solucionar os problemas, começando pelas medidas de segurança que deverão reger a zona assim que o acordo for fechado.
Kerry, que desde fevereiro já esteve nove vezes na região, voltará a Jerusalém e Ramallah em 1º de janeiro, anunciou hoje a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.
Em Jerusalém, o chefe da diplomacia norte- americana deve se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e em Ramallah com o presidente Abbas.
O objeto dos encontros são as “negociações sobre o estatuto final” entre israelenses e palestinos, entre outras questões.
(*) com agências de notícias internacionais