O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, agradeceu nesta quarta-feira (28/09) a solidariedade de diversos mandatários latino-americanos diante da situação da ilha após o furacão Ian.
Segundo Díaz-Canel, Nicolás Maduro, da Venezuela, e Andrés Manuel López Obrador, do México, realizaram telefonemas demonstrando “preocupação” com o país, afirmando que as ligações demonstram “solidariedade nos momentos mais difíceis”. Além deles, o governo da Nicarágua também expressou apoio à ilha.
“Na última noite e nesta manhã, recebi telefonemas de presidentes Maduro e López Obrador, preocupados com a situação de Cuba após o furacão Ian e prontos para ajudar. Venezuela e México nos dão toda solidariedade nos momentos mais difíceis. Obrigado”, afirmou o presidente cubano por meio de suas redes sociais.
En la noche y la mañana recibí llamadas telefónicas de los presidentes @NicolasMaduro y @lopezobrador_, preocupados por la situación del país luego del #HuracánIan y listos para prestar ayuda. #Venezuela y #México nos dan toda la solidaridad en los momentos más difíciles. GRACIAS
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) September 28, 2022
Após os danos causados pelo furacão na província cubana de Pinar del Río, Maduro expressou sua solidariedade ao governo e ao povo de Cuba, anunciando a entrega imediata de ajuda à ilha caribenha. “Todo o apoio e solidariedade da Venezuela ao povo de Cuba e ao Presidente Díaz-Canel, diante dos estragos e danos deixados pela passagem do furacão Ian pela ilha. Como povos irmãos, estamos mais unidos do que nunca, para todo o sempre”, declarou Maduro.
De acordo com o jornal venezuelano VTV, o presidente da Venezuela conversou com médicos cubanos do Centro de Diagnóstico Integral Catia La Mar (CDI) sobre o apoio ao país vizinho.
Por sua vez, ainda na terça-feira (27/09), o presidente nicaraguense Daniel Ortega enviou uma carta a Díaz-Canel, com uma cópia para Raúl Castro, incluindo a mensagem de apoio. No documento, a Nicarágua reconhece a “bravura, responsabilidade e capacidade de Cuba para enfrentar a passagem destrutiva do furacão Ian”.
Em sua mensagem, Ortega, juntamente com a vice-presidente Rosario Murillo, anunciou que o seu governo “está na pendência de conhecer os relatórios sobre os danos materiais”, também condenando o bloqueio econômico sofrido pela ilha.
Twitter/Miguel Díaz-Canel
Após passagem do furacão na última terça-feira (27/09), Cuba sofreu apagão nacional
Apagão nacional
Após a passagem do furacão na última terça-feira, Cuba sofreu um apagão geral, deixando os mais de 11 milhões de cidadãos da ilha sem energia elétrica. Segundo comunicado da União Elétrica do país, as conexões entre centro, oriente e ocidente da ilha foram atingidas, mas o serviço será restabelecido até a madrugada desta quarta-feira.
Conforme explica o diretor técnico da União Elétrica, Lázaro Guerra, houve um avanço maior na recomposição do sistema elétrico na região leste do país, uma vez que a rede de transmissão e distribuição não foram afetadas pela passagem do furacão.
Enquanto outras regiões do país obtêm avanços no restabelecimento da energia, a zona oeste cubana ainda apresenta situação mais complexa após a passagem do furacão. Segundo Guerra, uma parte significativa da rede de transmissão foi danificada, o que torna o processo de restauração mais complexo. Porém, a companhia trabalha para restaurar os sistemas de forma isolada, o que pode ter mais chances de sucesso.
De acordo com o portal Cubadebate, uma vez que o procedimento de restauração isolada nas regiões oeste, centro e leste do país for efetivado, poderão ser vinculadas ao Sistema Elétrico Nacional, assim todo serviço não afetado diretamente pelo furacão poderá ser restabelecido.
O furacão Ian, com ventos de pelo menos 205 km/h, atingiu a região oeste de Cuba, subindo para a categoria 3, enquanto se aproximava do estado norte-americano da Flórida.
Em território cubano, o furacão atingiu a cidade de La Coloma, uma vila de pescadores localizada na província de Pinar del Rio. A imprensa local informou que grandes galhos de árvores foram derrubados por causa dos fortes ventos.
A Proteção Civil cubana emitiu um “alerta de ciclone” para seis províncias e as ondas chegaram a atingir entre cinco e sete metros de altura. Autoridades da ilha caribenha informaram que cerca de 50 mil pessoas foram evacuadas de Pinar del Rio.
Na capital Havana, filas se formaram em frente a alguns supermercados devido ao temor dos moradores que o abastecimento de alimentos possa se tornar mais difícil em virtude do furacão.
Na estrada para San Juan y Martinez, a 190 km de Havana, a província de Pinar del Rio, onde se encontra a maior parte das plantações de tabaco do país, foi duramente atingida. As culturas foram inundadas, as árvores arrancadas e os fios elétricos ficaram expostos devido ao desastre.
(*) Com Ansa, Brasil de Fato e Telesur