O Vaticano anunciou, nesta quarta-feira (18/08), que não está prevista na agenda da visita do papa Francisco a Havana, entre os dias 19 e 22 de setembro, um encontro com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ressaltou ser “preciso encontrar uma maneira” para que Jorge Mario Bergoglio possa contribuir com as negociações de paz entre a guerrilha e o governo colombiano.
O anúncio foi feito pelo vice-diretor de imprensa vaticana, padre Ciro Benedettini e ocorre um dia após a guerrilha divulgar um vídeo dizendo querer um encontro com o papa.
Agência Efe
Papa Francisco visita Cuba entre 19 e 22 de setembro, seguindo depois para os Estados Unidos
O Episcopado colombiano chegou a considerar essa reunião era uma “possibilidade” e confirmou, ontem, que fez uma solicitação formal à Santa Sé para que a Igreja Católica enviasse um delegado permanente à comissão que negocia o fim do conflito colombiano.
Mas, Benedettini ressaltou que “na agenda papal em Cuba não está previsto nenhum encontro entre o Santo Padre e os representantes das Farc”. E ressaltou que, no caso da Colômbia, “é preciso encontrar uma maneira” para que o papa Francisco possa contribuir com as negociações de paz.
Diálogos com Francisco
Após o sucesso das negociações entre Cuba e os Estados Unidos, que contaram com a intermediação de Francisco, a possibilidade de que o líder católico participe do processo realizado em Havana para encerrar o conflito de mais de meio século ganhou força.
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Em abril, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já havia manifestado interesse na “intercessão” de Bergoglio nas “difíceis negociações”, dizendo que a presença dele “respaldaria” um provável acordo.
Já em junho, durante visita do presidente Santos ao Vaticano, Francisco ofereceu ajuda pessoal e da Igreja: “o que eu possa fazer pessoalmente ou a Igreja conte conosco. O apoiamos e se precisa que desempenhemos um papel estamos disposto a fazê-lo, a ajuda-lo”.
Assim, na última sexta-feira (14/08), o papa enviou uma mensagem à Corte Suprema colombiana exortando a principal instância judiciária do país a identificar “com criatividade e coragem as soluções que reforcem a paz e justiça”.