Trumpista e bolsonarista, George Santos se tornou o primeiro cidadão brasileiro eleito deputado nos Estados Unidos, assim como o primeiro republicano abertamente gay. Seu mandato, porém, está por um fio.
Na tarde desta quinta-feira (16/11), o Comitê de Ética da Câmara dos Deputados do Estados Unidos divulgou o relatório final em relação ao deputado. A notícia atingiu o republicano horas após ele se encontrar, a portas fechadas, com uma comitiva de parlamentares bolsonaristas em visita a Washington.
No grupo estavam os senadores Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-CE), Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES), e os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), Altineu Cortes (PL-RJ), Capitão Alberto Neto (PL-AM), Gustavo Gayer (PL-GO) e Julia Zanatta (PL-SC). Nas redes sociais, o filho do ex-presidente brasileiro fez elogios a Santos.
Mentiras e suspeitas de corrupção
Desde que foi eleito, Santos é alvo de denúncias por mentiras feitas durante a campanha e corrupção. De acordo com o relatório, o deputado teria “roubado da própria campanha, enganando doadores e canalizando contribuições para uso pessoal”.
Com esse dinheiro, o ultraconservador teria feito Botox, comprado em lojas como Hermes e Sephora e até mesmo pagado assinaturas do site de conteúdo adulto Only Fans.
Twitter pessoal
George Santos recebeu delegação bolsonarista em seu gabinete em Washington, mas agora enfrenta acusação por corrupção
Em entrevista à Fox News, a emissora mais conservadora de televisão do país, ele afirmou que nem sequer sabia o que era o Only Fans. A jornalista respondeu: “você não consegue dizer a verdade”.
O documento do Comitê de Ética afirma ainda que Santos “inventou empréstimos fictícios para sua própria campanha para enganar doadores e comitês republicanos para que contribuíssem para seu fundo de guerra eleitoral”.
George Santos é réu em um processo movido pela justiça federal dos Estados Unidos e responde a 23 acusações de corrupção que têm relação com a sua eleição em 2022.
Após a divulgação do relatório, George Santos anunciou que não disputará mais a reeleição em 2024, como tinha dito anteriormente.
Quando a Câmara voltar do recesso, em duas semanas, o deputado enfrentará mais uma votação sobre sua expulsão. Acredita-se que ele possa perder o cargo, uma vez que muitos republicanos aguardavam o relatório para votar pela sua saída.