A coligação liberal Yelk nomeou neste domingo (29/04) o líder opositor Nikol Pachinyan como candidato a primeiro-ministro da Armênia. Pachinyan esteve à frente dos protestos que levaram à renúncia de Serzh Sargsyan, do Partido Republicano (PR), no último dia 23.
Embora se defina como um movimento “nem pro-Rússia, nem pró ocidente”, a Yelk se posicionou contra a entrada da Armênia na União Econômica Eurasiática, em 2015. A aliança pretende negociar com a União Europeia a assinatura de um acordo de livre comércio entre as regiões.
“A nossa tarefa é resolver a crise política do país”, afirmou Pachinyan após ser indicado. Até o momento, o líder é o único candidato para assumir o cargo, contando agora com os nove votos da coligação Yelk.
Pachinian também recebeu o apoio do Partido da Armênia, que possui 31 lugares no Parlamento, e da Federação Revolucionária da Armênia, que possui sete lugares, somando um total de 47 votos. Para ser eleito o candidato precisará do apoio de ao menos 53 dos 105 deputados. Desta forma, Pachinyan deverá contar com a ajuda de alguns dos membros do PR, que possui a maioria absoluta do Parlamento. O pleito ainda não possui data marcada.
Wikimedia Commons
Nikol Pachinyan, de oposição, é o único candidato para suceder Sargsyan
NULL
NULL
“Se três forças políticas parlamentares apoiam um único candidato à eleição para primeiro-ministro, o Partido Republicano não irá se opor”, afirmou Vagram Basdassarian, porta-voz do PR. O partido também anunciou que não indicará nenhum candidato.
O vice-presidente do PR, Armen Ashotyan, também se pronunciou. “Acho muito importante ouvir do único candidato ao cargo de primeiro-ministro, saber como se posiciona sobre os principais problemas da Armênia. Queremos saber algumas das ideias do programa que propõe e qual a visão dele para sairmos desta situação ”, disse Ashotyan à emissora Euronews.
Manifestações
O agora ex-primeiro-ministro da Armênia Serzh Sargsyan renunciou no último dia 23, apenas seis dias depois de assumir o cargo, devido a uma intensa onda de protestos pedindo a sua saída.
A Armênia é um importante aliado da Rússia desde o fim da União Soviética. Desta forma, a recente onda de manifestações e a saída de Sargsyan preocupa Moscou. Durante seu mandato, Sargsyan foi um forte parceiro estratégico do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Os manifestantes pedem agora que o Parlamento decida quem será o novo primeiro-ministro da Armênia. O candidato Nikol Pashinyan é o nome mais cotado para assumir o cargo e tem o apoio dos manifestantes. A decisão sobre quem deve suceder Sargyan deve ocorrer em até dois meses.