O ELN (Exército de Libertação Nacional) — segunda maior guerrilha da Colômbia — afirmou, nesta quarta-feira (07/01), por meio de seu líder máximo, Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como “Gabino”, que está disposta a dialogar com o governo e abandonar as armas como parte de uma negociação de paz com o governo.
Dois dias antes, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, havia convidado o ELN a juntar-se ao cessar-fogo unilateral decretado pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em meados de dezembro.
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Em 29 de dezembro, o ELN informou que hoje faria um anúncio especial no 50º aniversário da tomada de Simacota, em Santander
O anunciou foi feito dois dias após o presidente do país, Juan Manuel Santos, convidar o ELN a se somar ao cessar-fogo unilateral decretado pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em meados de dezembro.
A resolução consta na “Declaração Política” do 5º Congresso do ELN, lida por Gabino e divulgada hoje em vídeo. De acordo com os guerrilheiros, Santos demonstrou “disposição de pôr fim ao conflito armado e para isso convocou a insurgência”.
Assista ao vídeo no qual o ELN faz o comunicado:
“Participaremos deste diálogo para examinar a vontade real do governo e do Estado colombiano; se neste exame concluirmos que não são necessárias as armas, teríamos a disposição de considerar se deixaríamos de usá-las”, diz a declaração.
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“O governo de Santos tem a opção de persistir em sua política de guerra e pacificação ou se atrever a um verdadeiro caminho de paz desejado por todos os colombianos”, acrescentou o chefe do ELN.
Em entrevista realizada por guerrilheiros e divulgada na internet, Gabino explicou ainda que o grupo chegou à conclusão que sua entrada na política é necessária. “Considerando os últimos desenvolvimentos das lutas populares, um salto é requerido para permitir que as organizações se posicionem como sujeitos políticos na vida do país”, afirmou.
O grupo mantém, desde janeiro, conversas exploratórias para avaliar a possibilidade de instaurar uma mesa de diálogos e estabelecer a agenda de discussões para pôr fim ao conflito, tal como vem sendo realizado com as FARC desde 2012.
Na declaração de Santos — feita na segunda-feira (05/01) após uma reunião com a equipe negociadora do governo em Havana, Cuba, onde são realizados os diálogos de paz com as FARC — o mandatário revisou a orientação do governo, muito criticada pelas guerrilhas, de que era preciso “negociar como se não existisse guerra ou conflito e manter a ofensiva militar como se não existisse processo de paz”, Santos ressaltou que “agora são outras as circunstâncias e que a afirmação já não procede” e declarou ainda que a equipe negociadora do governo tem ordens para chegar a um acordo o mais rápido possível.