Após a 15ª Cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que formalizou a entrada de mais seis países, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (29/08) que o bloco já é mais forte que o G7.
Na live semanal ‘Conversa com o presidente’ nas redes sociais, o mandatário disse que a entrada de Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã tornará o grupo “mais poderoso, mais forte e mais importante”.
Estes países passarão a formar parte formalmente do Brics a partir do dia 1° de janeiro de 2024.
“Eu acho que o mundo não será mais o mesmo. O Brics hoje é mais forte que o G7”, declarou Lula, lembrando que o bloco representa cerca de 32% do produto interno bruto (PIB) global em paridade de poder de compra, contra 29% do grupo das sete potências.
Para o presidente brasileiro, está sendo criada “novas bases de negociação geopolítica” com o Brics. Com isso, ele defendeu a proposta de uma moeda referência para exportação, afirmando que isso “não é contra o dólar, mas a favor do desenvolvimento dos nossos países”.
“A gente não precisa ficar negociando com dólar, a gente pode negociar nas moedas nossas. Os europeus criaram o euro, nós precisamos criar alguma coisa. Não é contra o dólar, é a favor do Brasil, do comércio brasileiro e do real”, salientou.
Ricardo Stuckert
Lula participou na última semana da 15ª Cúpula do Brics em Joanesburgo, na África do Sul
A última cúpula do Brics determinou que os ministros da Fazenda usem os próximos 12 meses para discutir a proposta para, segundo Lula, “ver se a gente consegue fazer com que seja aprovada uma moeda de referência para exportação”.
Novos países no Brics
Desde a entrada da África do Sul em 2011, o Brics não havia admitido novos membros. Com o encontro que aconteceu em Joanesburgo, na África do Sul, foi decidido a adesão de seis novos membros: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
O anfitrião da 15ª Cúpula do Brics, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, disse que existe um impulso global para a utilização de moedas locais, acordos financeiros e sistemas de pagamento alternativos.
“Como Brics, estamos prontos para explorar oportunidades para melhorar a estabilidade, a fiabilidade e a justiça da arquitetura financeira global”, disse o presidente sul-africano.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato.