O papa Francisco afirmou nesta segunda-feira (04/09) que “pessoalmente” tem grande admiração pela China e as relações com o país asiático “são muito respeitosas”.
A declaração foi dada pelo argentino durante coletiva de imprensa no voo de retorno da Mongólia, que recebeu um pontífice pela primeira vez em sua história.
Nos últimos dias, Francisco tem trabalhado para melhorar o diálogo entre o Vaticano e Pequim e chegou, inclusive, a enviar saudações ao presidente Xi Jinping e ao seu povo, o qual classificou como “nobre”, além de pedir aos católicos do território chinês que sejam “bons cristãos e bons cidadãos”.
“Penso que precisamos ir mais longe no sentido religioso, para nos compreendermos melhor. E os católicos chineses não deveriam pensar que a Igreja depende de uma potência estrangeira”, acrescentou o Santo Padre.
Em seu histórico de relações, a China nomeou um bispo católico sem permissão do Papa, causando incômodo no Vaticano e violando um acordo bilateral assinado em 2018 e renovado no ano passado até 2024.
O Vaticano e a China romperam relações diplomáticas formais em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência da ilha de Taiwan, que ainda é vista por Pequim como parte de seu território.
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Francisco tem trabalhado para melhorar o diálogo entre o Vaticano e Pequim
Mongólia
O papa Francisco encerrou também esta segunda-feira (04/09) sua viagem apostólica à Mongólia.
A visita teve como objetivo tentar ampliar a presença do catolicismo na Ásia, especialmente em um dos países com uma das menores concentrações de cristãos no mundo – cerca de 50 mil, diante de uma população de mais de 3 milhões de pessoas.
Em seu último dia na Mongólia, o Papa teve apenas um encontro com o ex-presidente Nambar Enkhbayar e inaugurou um centro de caridade gerido pela Igreja Católica em Ulan Bator.
“O verdadeiro progresso das nações não se mede com a riqueza econômica e menos ainda no quanto investem na ilusória potência das armas, mas sim na capacidade de oferecer saúde, educação e crescimento integral das pessoas”, disse Francisco na “Casa da Misericórdia”.
O local oferecerá acolhimento temporário para pessoas em vulnerabilidade econômica e atendimento médico a pessoas necessitadas. “Gosto muito do nome Casa da Misericórdia. Essas duas palavras carregam a definição da Igreja, chamada a ser casa acolhedora onde todos possam experimentar um amor superior”, acrescentou o Papa.
Francisco já tem outra viagem marcada para os dias 22 e 23 de setembro, a Marselha, na França, para participar de um encontro sobre o Mar Mediterrâneo, palco de inúmeras tragédias de migrantes nos últimos anos.
(*) Com Ansa