O líder do PS (Partido Socialista) de Portugal, António Costa, tomou posse como primeiro-ministro do país na tarde desta quinta-feira (26/11), no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Costa foi nomeado pelo presidente de Portugal, Cavaco Silva, responsável por indicar quem será responsável por formar o governo. Além de Costa, 17 ministros e 41 secretários de Estado foram empossados na cerimônia.
EFE
António Costa (à direita) liderará o 21º governo de Portugal desde a redemocratização do país, em 1974
Em discurso na cerimônia de posse, Costa pontuou que seu governo é legítimo. “Com a entrada em funções deste governo, termina um momento político, certamente complexo e delicado, mas inteiramente normal numa democracia parlamentar. Através de um processo de diálogo político transparente e democrático, formou-se uma maioria estável que assegura, na perspectiva da legislatura, o suporte parlamentar duradouro a um governo coerente”, declarou ele.
Portugal passou por eleições legislativas em 4 de outubro, na qual a coligação de centro-direita PàF (Portugal à Frente), do então premiê Pedro Passos Coelho, foi a mais votada. No entanto, a aliança não obteve a maioria absoluta dos assentos da Assembleia da República, com 107 das 230 cadeiras.
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O PS, que ficou em segundo lugar no pleito (32,4% frente a 36,8% da coligação do PSD com o CDS-PP), articulou uma aliança com partidos de esquerda. Junto ao PCP (Partido Comunista Português), ao BE (Bloco de Esquerda) e ao PEV (Partido Ecologista “Os Verdes”), o grupo liderado pelos socialistas somou 122 cadeiras no Parlamento e derrubou o governo de Passos Coelho no dia 10 de novembro.
Com somente 27 dias, o segundo governo de Passos Coelho foi o mais curto da história da democracia portuguesa. A moção de rejeição ao governo foi aprovada na Assembleia da República 11 dias após Passos Coelho tomar posse, no final de outubro.
Quase um quarto da bancada socialista na Assembleia, 21 dos 86 deputados, desempenhará funções de ministro ou secretário de Estado, o que leva outros parlamentares do partido a exercer um mandato na Assembleia. Situação semelhante ocorre com 19 deputados do PSD e do CDS-PP que se encontravam em cargos do governo e agora voltarão à Assembleia.