O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), vencedor das eleições do último domingo (28/04), tentará formar um governo sozinho, apesar de não ter os números suficientes para garantir maioria no Parlamento.
Com 99,99% dos votos apurados, o PSOE, do primeiro-ministro Pedro Sánchez, obteve 123 assentos na Câmara, 38 a mais que nas eleições de 2016, e ultrapassou o conservador Partido Popular (PP), que caiu de 137 para 66.
No entanto, para ter maioria, um partido precisa contar com pelo menos 176 deputados, o que faz a imprensa local cogitar uma aliança com a legenda de esquerda antissistema Podemos (42) e com siglas nacionalistas bascas e catalãs.
“O PSOE tentará um governo solitário”, disse a vice-primeira-ministra Carmen Calvo, cogitando a hipótese de um gabinete de minoria e com apoio de “independentes de prestígio reconhecido”. O partido, contudo, diz não ter pressa para definir sua estratégia.
“Penso que temos um respaldo mais do que suficiente para ser o timão deste barco”, acrescentou Calvo. O líder do Podemos, Pablo Iglesias, por sua vez, afirmou que a legenda é “imprescindível” para a formação de um governo de esquerda.
Nas próximas semanas, o rei Felipe VI deve convocar Sánchez para negociar a formação de um gabinete. “O Partido Socialista venceu as eleições gerais na Espanha, e com isso o futuro venceu”, disse o premier em seu discurso de vitória.
As eleições tiveram participação de 75,7% do eleitorado, um crescimento de nove pontos em relação a 2016, o que mostra uma mobilização da sociedade para conter o avanço do partido neofranquista e de extrema direita Vox, que conseguiu entrar no Parlamento e garantiu 24 assentos.
O PSOE foi o mais votado em quase todas as províncias da Espanha, com exceção de três na Catalunha, três no País Basco e de quatro no restante do país onde o PP prevaleceu. O partido conservador sofreu uma derrota histórica e viu a aproximação da legenda de direita antissistema Cidadãos, com 57 assentos.
Analistas chegaram a considerar uma aliança de ocasião entre PSOE e Ciudadanos, mas Sánchez já descartou essa hipótese. O premier chegou ao poder com o apoio do Podemos e de nacionalistas catalães, mas foi forçado a convocar eleições após os separatistas se retirarem da coalizão por causa da recusa do governo em convocar um plebiscito sobre a independência da região.
Reprodução/Facebook Pedro Sánchez
Vice-premiê diz que PSOE estuda fazer governo de minoria