Milhões de mulheres foram às ruas nesta terça-feira (08/03) em diversos países do mundo para protestar contra a sociedade patriarcal no Dia Internacional de Luta das Mulheres. Manifestações foram registradas em grandes cidades da América Latina, Europa e África.
Na Argentina, os atos contaram com a participação do coletivo Ni Una Menos, que convocou uma greve feminista internacional e uma marcha ao Congresso Nacional na cidade de Buenos Aires. Entre as reivindicações, o grupo afirma que “as dívidas que o Estado e o governo têm com as mulheres devem ser priorizadas antes de qualquer pagamento da dívida externa”.
Em El Salvador, o Coletivo Las Mélidas se manifestou contra a possível revogação da Lei Especial Integral para uma Vida Livre de Violência, planejada pelo governo de Nayib Bukele. As manifestações de organizações salvadorenhas começaram já no último domingo (05/03) e seguiram ao longo desta terça-feira.
Mulheres também saíram às ruas em centenas de cidades no Brasil para pedir o fim da violência de gênero, do machismo, do racismo e da fome, sob o lema “Bolsonaro Nunca Mais”. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizou diversos atos na Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra, que acontece entre os dias 7 e 14 de março.
Na madrugada de terça-feira, um grupo de mulheres chegou aos arredores da Plaza de la Dignidade, na capital chilena, Santiago, e protestou na esplanada em frente ao teatro da Universidade do Chile com a palavra de ordem “pela vida que nos devem”.
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Na América Latina, grupos feministas são responsáveis por liderar conquistas como direito ao aborto na Colômbia e nova constituição no Chile
Na Bolívia, coletivos feministas e de esquerda exigiram o fim da impunidade de feminicídas, agressores e estupradores.
Em Cuba, organizações, encabeçadas pela histórica Federação de Mulheres Cubanas, realizaram ações de conscientização sobre os direitos das mulheres, no contexto da consulta popular do novo Código da Família. Ao mesmo tempo, o coletivo Pañuelos Rojos, juntamente com o Centro Memorial Martin Luther King, realizou ações de rua para conscientizar sobre o avanço do patriarcado e do fundamentalismo religioso.
Atos na Europa, África e Ásia
Países europeus como a França também registraram marchas pela igualdade de gênero e contra a violência doméstica. Mais de 30 mil manifestantes ocuparam as ruas de Paris e de outras cidades francesas. Críticas à atuação do governo Macron em políticas de igualdade de gênero foram feitas durante as marchas.
Na Espanha, a capital Madrid também foi palco de protestos contra o machismo, a violência de gênero. Várias organizações sociais e coletivos reivindicaram igualdade de direitos.
Mesmo em meio à crise da guerra na Ucrânia, alguns grupos saíram às ruas para celebrar a data na Moldávia, país que já recebeu mais de 80 mil refugiados ucranianos. As manifestações também demonstraram apoio e solidariedade às mulheres ucranianas.
Países como Japão, Nigéria e Nepal também registraram atos neste 8 de março.