O governo da Argentina anunciou nesta terça-feira (04/08) que chegou a um acordo com um grupo de credores para quitar os quase 66,3 bilhões de dólares em dívidas não pagas do país no exterior.
Em um comunicado conjunto do Ministério da Economia e de três grandes grupos credores, foi ressaltado que “houve uma redução significativa do ônus da dívida”.
“A República Argentina e os representantes do Grupo Ad Hoc de Credores Argentinos, o Comitê de Credores da Argentina e o Grupo de Credores, além de outros credores, chegaram hoje a um acordo que lhes permitirá apoiar a proposta de reestruturação da dívida e conceder à Argentina um alívio significativo”, diz o comunicado.
Com base nesse pacto, o país “modificará algumas das datas do pagamento contempladas para os novos títulos na proposta do último dia 6 de julho”, mas isso não aumentará “o pagamento total do capital ou de juros que a Argentina se compromete a realizar melhorando, ao mesmo tempo, o valor da proposta para a comunidade de credores”.
Em julho, o governo do presidente Alberto Fernández havia feito uma quarta oferta aos credores, depois que as três primeiras foram recusadas. A proposta consistia em reconhecer US$ 53,50 de cada US$ 100 dólares de dívida.
Casa Rosada
Em nota, governo do presidente Alberto Fernández e credores afirmam que pacto concede ao país ‘um alívio significativo’
A proposta também foi rejeitada pelo credores que pediram o valor mínimo de US$ 56,50, totalizando uma diferença de US$ 3 bilhões a mais. O governo argentino negou e disse que era “o máximo esforço que o país poderia fazer”. Porém, no acordo desta quarta-feira, o país alterou os valores reconhecidos, chegando a US$ 54,80.
O acordo alcançado pelo governo argentino vale para cerca de 20% do total da dívida que o país possui, pois não inclui credores como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e o FMI, para quem o país deve 44,5 bilhões de dólares por um empréstimo concedido ao governo do ex-presidente Mauricio Macri.
Segundo analistas e inclusive o próprio FMI, a dívida argentina é insustentável e o país se encontra em default virtual.
*Com ANSA