Em cerimônia realizada neste domingo (09/07), o governo da Argentina inaugurou o primeiro trecho do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner (GPNK), que permitirá o transporte do gás da reserva de Vaca Muerta, no Centro-Oeste do país, para as demais províncias.
A obra foi anunciada pela Casa Rosada como “a maior infraestrutura de transporte de gás realizada nos últimos 40 anos”. Para aumentar o simbolismo do evento, o governo programou a inauguração para a data em que se comemora a independência do país.
A cidade de Salliqueló, na província de Buenos Aires, foi o local escolhido para a cerimônia, que contou com a participação do presidente Alberto Fernández, da vice-presidente Cristina Kirchner – viúva de Néstor Kirchner, ex-presidente que dá nome ao gasoduto – e do ministro da Economia Sergio Massa.
A presença de Massa foi uma das mais celebradas do evento. Ele é o pré-candidato presidencial indicado, após acordo entre kirchneristas e peronistas moderados, para ser o representante do setor nas próximas eleições, cujo primeiro turno está marcado para o dia 22 de outubro.
Em seu discurso, o presidente Fernández afirmou que “a verdadeira independência requer uma pátria livre, soberana e igualitária. Hoje, a Argentina torna realidade a sua soberania energética (…) esta conquista se deve também ao trabalho do ministro Massa, que entendeu a importância deste projeto para o futuro do país”.
Télam
Fernández, Kirchner e Massa inauguram Gasoduto Presidente Néstor Kirchner
Fernández ressaltou que foi graças à prioridade que Massa deu à obra que esta foi realizada em tempo recorde: os trabalhos foram iniciados em setembro de 2022 e concluídos em menos e um ano.
O primeiro trecho do GPNK possui 573 quilômetros de extensão e permitirá o transporte do gás da reserva de Vaca Muerta, considerado a segunda maior do mundo em gás não convencional, às províncias de Neuquén, Rio Negro, La Pampa e Buenos Aires.
Para construir a primeira etapa, foram colocados cerca de 48 mil tubos de 36 polegadas de 12 metros de comprimento, enquanto 2,3 mil máquinas pesadas foram mobilizadas. Estima-se que tenha sido injetado um total de US$ 2,5 milhões para a primeira etapa e obras complementares. A empresa estatal Energia Argentina (Enarsa) foi a principal responsável pelas obras, em cooperação com as empreiteiras privadas Techint, Sacde e BTU.
Vale destacar que entre os países interessados em financiar a implantação da fase dois do gasoduto estão o Brasil e a China.
No final de maio, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com Fernández em Brasília e garantiu que “não há mais nenhum obstáculo legal” à possível participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES) nas exportações de tubos e chapas de aço que serão utilizadas no segundo trecho.
No caso da China, a responsável pela negociação foi a secretária de Energia, Flavia Royon, que visitou Pequim e conseguiu um acordo preliminar com a empresa Power China para o financiamento do projeto.
Com informações de Télam e Página/12.